Sim, para quê não votar? Não é brincar com as palavras, é por a questão no sítio certo: vota-se para atingir um qualquer objetivo. Não votar pode também ter um objetivo, mas, se o não tiver, serve para quê?
E esta é a questão primordial que se lhe vai colocar no futuro próximo, caro leitor – se tiver uma resposta, qualquer que ela seja, está no seu direito de não votar. Se não tiver, não perde o direito, mas, lá bem no fundo, algo fica “torto”.
30 de janeiro, a data anunciada para elegermos, uma vez mais, os deputados à Assembleia da República. Mal ou bem, serão eles que farão as leis por que nos vamos reger nos próximos anos e, muito embora não viva por cá há anos ou mesmo não pense sequer vir de visita, sempre haverá algumas dessas leis que poderão interferir com a sua vida e os seus direitos.
Por isso, informe-se e vote.
A menos que tenha escolhido votar presencialmente na Embaixada ou Consulado próximos de si, vai receber, em sua casa, a documentação para votar.
O quê? Há anos que mudou de residência e deixou andar, nada fez para que se saiba onde mora de facto? Pois talvez, melhor, quase de certeza que não vai conseguir votar – a documentação necessária vai ser enviada, pelo correio, para a morada conhecida e, portanto, vai perder-se.
Se assim for, todos lamentamos, mas não culpe ninguém pelo que suceder, porque, se não disser a tempo, ninguém consegue adivinhar para onde se mudou. Sabemos que há dificuldades, por vezes intransponíveis, sabemos que não temos a melhor rede consular do mundo nem para lá caminhamos, mas hoje há maneiras de tratar as coisas sem sair de casa.
Como? Isso da Internet não é para si? Mas há sempre um filho, um neto, a mão amiga de um vizinho que conseguem dar a volta. Confesse, há um certo desleixo nesta coisa de deixar a morada desatualizada nos registos para poder votar.
Mas se tudo estiver certinho, vai receber em sua casa, pelo correio, a carta com documentos e instruções para votar. Leia tudo bem lido e siga as instruções. Não se esqueça, ponha a cruz onde lhe parecer melhor.
E vote, perdão, bote tudo no correio, logo que possa, cedinho, porque as cartas demoram a chegar e a sua tem mesmo de chegar até ao dia 10 de fevereiro para poder contar.
Bote no correio o boletim de voto com a sua escolha, dentro de um envelope branco sem mais nada lá dentro, junte a este, por fora, cópia do seu documento de identificação, tudo dentro de outro envelope mais largo (ou mais ancho, como dizem nalgumas das nossas terras) e que já vai dirigido à Secretaria-Geral do Ministério da Administra Interna, com o seu nome e número identificação no remetente.
A escolha também é sua.
Vote.
Afinal, para que serve não votar?
Tudo o que deve saber sobre a Eleição Legislativa na nossa edição de dezembro