O representante chinês na Organização das Nações Unidas (ONU), Zhang Jun, alertou o Conselho de Segurança de que um acidente na central nuclear de Zaporizhia poderá ser mais grave do que o ocorrido em Fukushima, em 2011.
Segundo comunicado da missão chinesa na ONU, Zhang lembrou que Zaporizhia, no Leste da Ucrânia, é a maior central nuclear da Europa e disse que não quer que “o mesmo risco” se repita.
O acidente nuclear de Fukushima, no Japão, ocorreu em 11 de março de 2011, depois de intenso terremoto de 9 graus na escala Richter, que provocou ondas de cerca de 15 metros de altura e matou quase 18 mil pessoas.
Em reunião de emergência do Conselho de Segurança, convocada pela Rússia, o representante chinês apelou a russos e ucranianos que exerçam “contenção, atuem com prudência, evitem tomar medidas que comprometam a segurança nuclear”.
Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança, convocada pela Rússia, o representante chinês apelou a russos e ucranianos que exerçam “contenção, atuem com prudência, evitem tomar medidas que comprometam a segurança nuclear”.
Tropas russas controlam atualmente Zaporizhia, que tem sido alvo de bombardeamentos esta semana, com Kiev e Moscovo a trocarem acusações sobre a natureza dos recentes incidentes de segurança na central.
O diplomata chinês mostrou apoio à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para desempenhar “um papel ativo” na promoção de questões de segurança e proteção nuclear.
Zhang Jun pediu também à Rússia e à Ucrânia que removam “obstáculos” colocados à deslocação de uma equipa de especialistas da AIEA a Zaporijia.
Por outro lado, o chinês sublinhou que, após cinco meses de guerra e conhecendo os riscos de segurança que o conflito representa para as instalações nucleares, “apenas arrefecendo a situação e restabelecendo a paz, assim que possível, é que os riscos nucleares podem ser fundamentalmente eliminados”.
Na mesma reunião, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse que análises preliminares indicam não haver “ameaça imediata” à segurança nuclear após ataques a Zaporizhia, mas alertou que a situação é grave e “pode mudar” rapidamente.