A 25 dias da segunda volta das eleições no Brasil, Lula e Bolsonaro conseguem os primeiros apoios. O juiz Sérgio Moro, recém-eleito senador, declarou o seu apoio na segunda volta a Jair Bolsonaro. Do lado de Lula da Silva, o apoio veio de um candidato derrotado, Ciro Gomes.
Sérgio Moro foi juiz da Operação Lava Jato e ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, e mostra-se esperançado na reeleição do atual Presidente a 30 de outubro.
“Lula não é uma opção eleitoral, com o seu Governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro”, escreveu Moro na rede social Twitter.
Enquanto atuava como juiz, Moro condenou Lula da Silva e expediu um mandado de prisão contra o antigo Presidente num processo sobre a posse de um apartamento de luxo que acabou anulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou o ex-juiz suspeito, ou seja, parcial para julgar e anulou todos os atos nos processos contra o ex-chefe de Estado.
O novo senador do estado do Paraná também teve divergências com Bolsonaro, com quem trabalhou como ministro da Justiça nos dois primeiros anos de Governo. Moro deixou o cargo acusando Bolsonaro de tentar interferir na polícia para favorecer familiares e aliados envolvidos em investigações de corrupção, mas vinha nos últimos meses tentando uma reaproximação para conquistar votos do eleitorado conservador ligado ao chefe de Estado.
Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro.
— Sergio Moro (@SF_Moro) October 4, 2022
Apoiar sem aceitar cargos
Ciro Gomes, que foi o quarto candidato mais votado nas eleições de 2 de outubro, publicou um vídeo nas redes sociais afirmando que iria seguir a decisão do seu partido, o PDT, e apoiar Lula da Silva.
“Frente às circunstâncias, é a última saída. Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que reste para os brasileiros duas opções, ao meu ver, insatisfatórias. Não acredito que a democracia esteja em risco nesse embate eleitoral, mas sim no seu absoluto fracasso na nossa democracia em construir um ambiente de oportunidades que enfrente a mais massiva crise social e econômica que humilha a esmagadora maioria do nosso povo”, considerou.
Ciro anunciou ainda não estar disponível para qualquer cargo num futuro Governo. “Quero estar livre ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas como as que propusemos durante nossa campanha”, declarou.
Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro vão disputar a segunda volta das eleições no Brasil a 30 de outubro. Na primeira volta, Lula conseguiu 48% dos votos, enquanto Bolsonaro alcançou 43%.
Pronunciamento – "Gravo este vídeo para dizer que acompanho a decisão do meu partido, o PDT". pic.twitter.com/Ttmx06wCWo
— Ciro Gomes 12 (@cirogomes) October 4, 2022