Portugal vai ser o País-parceiro da Hannover Messe em 2022, a maior feira da indústria do mundo, que irá decorrer de 25 a 29 de abril do próximo ano naquela cidade alemã.
“A vinda a Portugal de uma Delegação institucional e empresarial alemã liderada pelo Ministro-presidente da Baixa Saxónia, Stephan Weil, em outubro, traduz a confiança das autoridades alemãs nas competências da indústria portuguesa e o reconhecimento da sua maturidade e competitividade”, refere um comunicado da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
A comitiva alemã foi recebida pelo presidente da Agência, Luís Castro Henriques, que apresentou o projeto de participação de Portugal como País-parceiro da edição da Hannover Messe em 2022, nas instalações AICEP, em Lisboa. Além disso, também houve lugar a um encontro oficial com o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, na residência oficial do Embaixador da Alemanha em Portugal, Martim Ney.
Para as empresas portuguesas, a participação naquele que é considerado o maior certame de tecnologia industrial do mundo e a montra mundial do que de melhor se faz no domínio da indústria, representa a oportunidade de integrar o grupo de empresas demonstradoras das capacidades de inovação e domínio de soluções e tecnologias avançadas do Made in Portugal.
Portugal irá apresentar-se na Hannover Messe 2022 com uma forte presença expositiva traduzida em quatro pavilhões: um Pavilhão Central com 1.300 m2 e três Pavilhões Satélites de cerca de 200 m2 cada. Sob o mote “Portugal Makes Sense”, esta participação terá três áreas de aposta, Engineered Parts & Solutions, Energy Solutions e Digital Ecosystems, representativas de clusters de excelência, designadamente nos setores dos equipamentos e da metalomecânica, da mobilidade, dos setores automóvel e aeronáutico, dos têxteis e plásticos técnicos, dos moldes, das tecnologias de produção, tecnologias digitais e das energias renováveis.
“A participação portuguesa na Hannover Messe 2022 visa reforçar a imagem de Portugal como país fornecedor de produtos e serviços da cadeia de valor industrial, ampliar a participação das empresas portuguesas nas cadeias de valor das empresas alemãs e captar projetos de investimento industrial para o nosso país”, afirma Luís Castro Henriques, acrescentando tratar-se de “uma enorme oportunidade para as empresas nacionais e para Portugal, pois será um palco mundial de afirmação das nossas capacidades de inovação, produção, serviço e talento, numa altura em que estão em curso importantes processos de reorganização global das cadeias de valor”.
Como País-parceiro da Hannover Messe 2022, Portugal terá uma localização privilegiada no recinto deste importante certame internacional, apresentando um conceito expositivo comum aos quatro pavilhões, identificador da oferta portuguesa nas áreas em foco.
O Pavilhão Central de Portugal será o hub oficial e o centro de todas as atividades relacionadas com o estatuto de Portugal País-parceiro da Hannover Messe, sendo o ponto de encontro de todos os expositores portugueses e das Delegações oficiais que visitarem a feira, além de incluir uma área de conferências.
Neste pavilhão serão apresentados projetos e soluções inovadoras em desenvolvimento nas empresas portuguesas, numa lógica de ecossistema que permitirá mostrar não só as competências portuguesas diretamente relacionadas com as áreas em foco, mas também competências transversais. Contará também com a participação de grandes empresas alemãs a operar em Portugal, que apresentarão soluções “Created in Portugal”, com ganhos de competitividade provados, dando testemunho de que Portugal faz sentido para investir, trabalhar e viver.
A participação portuguesa na Hannover Messe 2022 é coordenada pela AICEP – Agência para o Investimento e o Comércio Externo de Portugal, e coorganizada com a AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal e a CCILA – Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, contando ainda com a colaboração da COTEC no domínio da produção de conteúdos expositivos inovadores.
Portugal apresenta-se no certame sob o mote “Portugal Makes Sense” demonstrando, através de uma presença expositiva marcante, de colóquios e conferências, as razões pelas quais faz sentido colocar o nosso país no centro da equação da temática de reindustrialização da Europa e pelas quais faz sentido para as empresas alemãs olhar para Portugal. Portugal faz sentido para investir, inovar, desenvolver parcerias industriais e para sourcing.
O logótipo criado para este evento resulta da incorporação harmoniosa da agulha de um astrolábio, precursor da bússola, no “O” de Portugal oferecendo um terreno comum à indústria portuguesa e à Hannover Messe.
O Astrolábio é um instrumento que foi aperfeiçoado pelos portugueses para orientar os navegadores nas suas expedições na época dos Descobrimentos, permitindo a Portugal dar novos mundos ao mundo. A Hannover Messe desempenha também esse papel de Astrolábio ao orientar, todos os anos, a indústria alemã sobre as tendências futuras permitindo-lhe estar um passo à frente na entrega de novos produtos e soluções ao mundo e na criação de novos conceitos para a indústria como é o caso do conceito de “Indústria 4.0”.
Recorde-se que, na última edição presencial, a Hannover Messe mobilizou 6.500 expositores e 215 mil visitantes, dos quais 66 por cento estão envolvidos em decisões de investimento e um terço têm em mãos projetos de investimento estimados em 52 mil milhões de euros.
Relacionamento económico Portugal – Alemanha
A Alemanha é um importante parceiro económico de Portugal. É o terceiro maior cliente de bens portugueses e 574 empresas alemãs escolheram Portugal para se instalar e investir.
Segundo dados do INE, Portugal exportou para a Alemanha, no período de janeiro a agosto deste ano, bens num valor superior a 4,5 mil milhões de euros, revelando um aumento de 11,6 por cento face ao mesmo período de 2020. Embora ainda sem alcançar os valores registados antes da crise pandémica, verifica-se uma evolução favorável das exportações para o mercado alemão.
Por grupos de produtos, as máquinas e aparelhos são os mais exportados para a Alemanha, com destaque para os automóveis de passageiros e outros veículos de transporte.
A balança comercial de bens é favorável à Alemanha, com as importações portuguesas com origem nesse mercado a ascenderem a cerca de 6,7 mil milhões de euros.
Nos serviços, a balança comercial é favorável a Portugal, com as exportações a atingirem 1,25 mil milhões de euros nos primeiros sete meses do ano, numa conjuntura marcada pela pandemia COVID-19 e os seus impactos no setor do Turismo, cujas exportações registaram uma quebra de 55,4 por cento em 2020 face ao ano anterior (dados do Banco de Portugal).