Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) criaram uma comissão para a recolha e compilação de informações sobre a luta de libertação dos Estados-membros da organização.
O projeto de elaboração da história sobre a luta de libertação dos PALOP, com duração de três anos, conta com a participação de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, e possivelmente de Timor-Leste, tendo em conta que a Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) teve a contribuição de angolanos.
A informação foi avançada pela historiadora, Rosa Cruz e Silva, no final da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo do Fórum PALOP, que teve lugar nesta terça-feira, 27 de abril, em Luanda, por videoconferência.
Para a implementação deste projeto de elaboração da história sobre a luta de libertação dos PALOP, a comissão orçamentou um milhão e oitocentos mil euros. Angola vai contribuir com um milhão de euros, a disponibilizar já nos primeiros dias do próximo mês de maio.
A historiadora informou que a comissão terá o apoio de especialistas no domínio da história, sobretudo aqueles que já trabalham nesta temática e que participaram nos colóquios e seminários realizados em Angola e Cabo verde, com objetivo de garantir a preservação do legado histórico e dos monumentos, constituídos pelos campos de concentração onde estiveram os nacionalistas destes países.
Rosa Cruz e Silva disse ainda que a comissão, de caráter institucional, vai se dedicar à recolha de entrevistas aos sobreviventes e antigos combatentes da Guiné-Bissau, Cabo Verde e Angola, bem como nas instituições e movimentos de libertação que se fixaram em vários pontos do mundo, como na Argélia, Marrocos, Guiné-Conacri e Ghana.
“As equipas vão-se desdobrar nesse sentido, para que os textos que venhamos a produzir possam refletir muito mais do que foi de facto essa longa trajetória de todos momentos de libertação”, explicou.