Angola e Portugal têm grande “convergência” sobre os conflitos mundiais, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, declarando-se “muito preocupado” com a situação humanitária em Gaza e mostrando disponibilidade de Portugal em acolher crianças para tratamento hospitalar.
Angola e Portugal têm grande “convergência” sobre os conflitos mundiais, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, declarando-se “muito preocupado” com a situação humanitária em Gaza e mostrando disponibilidade de Portugal em acolher crianças para tratamento hospitalar.
Paulo Rangel, que falava aos jornalistas em Luanda, manifestou “um respeito enorme pela diplomacia angolana”, que tem um papel relevante em África e no contexto mundial, e disse que trocou impressões sobre estes assuntos com o seu homólogo, Téte António.
“Na questão de Israel existe uma grande convergência entre os dois [países]”, já que ambos defendem a solução de dois Estados, autodeterminação do povo palestiniano e cessar-fogo perante “uma catástrofe humanitária”, declarou. No caso da Ucrânia, “também há”, frisou, sublinhando que “houve uma condenação da invasão [russa]” e há uma vontade de que haja paz.
“Há talvez uma ou outra diferença, mas cada um tem o seu papel”, acrescentou, salientando que não deixa de haver “um ponto comum” em termos da defesa do respeito pela ordem internacional. “No essencial, há convergência, o que não quer dizer que a sensibilidade e até o papel de cada um na comunidade internacional, no sentido de sensibilizar outros atores para a necessidade de promover soluções de paz duradouras, [sejam iguais]. Cada um atua com os trunfos que tem e aí acaba por haver uma grande convergência” porque o objetivo final é favorecer a paz e estabilizar a situação internacional “que é realmente preocupante”, assinalou.
Sobre a possibilidade de apoiar com tratamentos hospitalares crianças da faixa da Gaza que não possam ser assistidas devido à situação de guerra, Rangel destacou que “Portugal tem estado sempre disponível” a nível da ajuda humanitária.
“Se esse esforço se vier a organizar, com certeza o faremos. Nós estamos muito preocupados com a situação humanitária na Faixa de Gaza. Achamos que é preciso um cessar-fogo imediato” que permita ajuda humanitária e tratamento das pessoas “em sítios onde estejam seguras”, acrescentou.