Luanda lançou uma megacampanha de recolha de resíduos sólidos, envolvendo 12 empresas de construção civil e efetivos das Forças Armadas. A operação de limpeza será coordenada pela Comissão Multisectorial, liderada pela ministra de Estado para a Ação Social, Carolina Cerqueira.
Em declarações à imprensa, a ministra Carolina Cerqueira afirmou que o objetivo desta Comissão Multisectorial, criada pelo Presidente João Lourenço, não é destituir o Governo Provincial das suas funções, mas sim apoiá-lo a resolver o problema do lixo que se acumula na capital.
“O meu objetivo é auxiliar o Governo da Província a resolver os problemas inerentes à acumulação, recolha e tratamento de lixo, a fim de se evitarem males maiores, nomeadamente problemas relacionados com a saúde pública e com a degradação do ambiente. Esta comissão não pretende substituir o Governo da Província Luanda, sendo antes uma ajuda para, em conjunto, encontrar a solução de um problema gravíssimo”, explicou.
A ministra da Saúde Silvia Lutucuta, que também integra a Comissão Multisectorial, lembrou que esta iniciativa pretende evitar uma crise de saúde pública, como é o caso da cólera.
“A cólera é uma doença que depende de dois fatores determinantes: o acesso à água potável e o saneamento básico. É por esta razão, para evitar uma crise de saúde pública, que se estão a tomar estas medidas de emergência, por forma a retirar os fatores de risco para evitar o surgimento desta doença. Temos estado a testar doentes para a despistagem de cólera, mas até ao momento não temos nenhum caso de cólera”, afirmou Silvia Lutucuta.
Desde o início do ano que a capital enfrenta problemas com a recolha de lixo que tem sido efetuada de forma ocasional. A situação levou à acumulação de lixo em vários pontos de Luanda, ponto em risco a saúde dos cerca de 11 milhões de habitantes.
Segundo dados disponibilizados pela Angop, a província de Luanda produz, diariamente, pelo menos seis mil 800 toneladas de lixo e rende cerca de 300 milhões de dólares por ano às empresas de recolha.