A Caima, biorefinaria do Grupo Altri que produz fibras celulósicas para a indústria têxtil, vai investir 40 milhões de euros na construção de uma nova caldeira de biomassa e abandonar os combustíveis fósseis em todo o seu processo de produção, de modo a garantir uma total autonomia energética de fontes exclusivamente renováveis, tornando-se desta forma na primeira empresa ibérica do seu setor a atingir este marco histórico.
Este objetivo será materializado na concretização do projeto “Caima Go Green” e prevê que a nova central a biomassa funcione em articulação com a central existente da GreenVolt, substituindo – com aumento da capacidade – a caldeira a biomassa existente. A caldeira passará a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis, promovendo-se a utilização de energias a partir de fontes renováveis, mas também a recolha e valorização de emissões gasosas industriais.
O investimento de 40 milhões de euros necessário para esta nova central, um dos maiores no interior do País, vai permitir à Caima ser a primeira fábrica de fibras celulósicas na Península Ibérica e uma das primeiras na Europa a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis. Prevê-se que a nova central esteja concluída até ao final de 2024, sujeito às aprovações regulamentares adequadas.
A energia produzida nesta nova central a biomassa a partir de resíduos florestais permitirá responder à totalidade das necessidades de energia térmica da fábrica localizada em Constância, e em particular de novos projetos de inovação, tornando possível também a produção de especialidades de valor acrescentado. Vai ainda aumentar a capacidade de produção de energia elétrica, permitindo injetar mais energia verde na rede.
José de Pina, CEO da Altri, diz que “este é um passo importante para a Caima, não só por permitir um reforço da produção de fibras celulósicas e de novos projetos de inovação, mas principalmente pela aposta feita numa unidade que passará a ser totalmente verde, gerando energia para toda a unidade, mas também para disponibilizar à rede. Este investimento vem sublinhar a estratégia de sustentabilidade da Altri, permitindo acelerar o cumprimento dos objetivos inscritos no ‘Compromisso 2030’ do Grupo”.
Presente na sessão, o presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira, apelou a António Costa para que ajude a encontrar uma solução para um problema de acessibilidades há muito identificado na região: uma travessia sobre o Tejo que permita a fluidez rodoviária e uma ligação rápida à A23.
“Permita-me que peça a sua ajuda para um problema que nos assola e que está diretamente relacionado com o desenvolvimento económico e com a coesão territorial (…) mais concretamente a travessia sobre o rio Tejo, uma estrutura adaptada da ferrovia para a rodovia em 1986 como sendo uma solução provisória e que, passados estes anos todos, não só continua como solução provisória como tem a agravante de, desde 2011, estar interdita ao trânsito pesado”, referiu o autarca, tendo feito notar que a resolução daquele “estrangulamento” iria gerar emprego e ajudar a fixar população.