O número de saídas da função pública para a aposentação manteve-se elevado e em crescimento no ano passado, prosseguindo a tendência de aumento destas saídas iniciada em 2018. O ano 2021 terminou com subida de 2% no emprego público, para um total 733 495 funcionários.
Em 2021, saíram para a reforma 13 011 funcionários públicos, ainda mais 35 que o número de novos aposentados do setor público de 2020, quando as saídas para a reforma subiram 29% para 12 976, revela a última síntese da Direção-Geral da Administração e Emprego Público (DGAEP).
A educação e a saúde foram os grandes contribuintes absolutos para o volume das aposentações do ano passado, com 3091 e 1985 novos aposentados, respetivamente, entre os 9617 trabalhadores da Administração central que deixaram a atividade. Nas administrações regionais e locais, estas saídas totalizaram 3034, com mais 360 funcionários a dizerem adeus ao trabalho nos fundos da Segurança Social.
Apesar da manutenção do nível elevado de saídas para a reforma, e também outras saídas definitivas e situações de mobilidade (com 126 904 saídas no total), o total de entradas de trabalhadores (141 569) continuou a compensar o emprego público, com um saldo de mais 14 665 trabalhadores em 2021.
Ao certo, dezembro terminou com 733 495 funcionários públicos, num crescimento de 2% face ao mesmo mês do ano anterior. Na administração central, a subida foi de 1,6% (mais 8 904 trabalhadores). Já na administração local, o crescimento foi de 3,3%, com mais 4 025 postos de trabalho.
Os setores que mais engrossaram o emprego público foram, precisamente, aqueles que tiveram mais aposentados, com os hospitais do SNS a contarem com mais 3156 trabalhadores, e as escolas do ensino básico e secundário a darem emprego a mais 2337 funcionários. Nas unidades de ensino e investigação também houve um ganho de 1798 trabalhadores, sendo que nas forças de segurança o ano terminou com mais 910.
Por tipo de carreira, a DGAEP destaca que foram os técnicos superiores o grupo que mais cresceu na função pública (mais 2107), seguido dos assistentes operacionais (mais 1883), enfermeiros (mais 1242), médicos (898), pessoal das forças de segurança (839) e professores do ensino universitário (777).
Os dados da síntese estatística também dão conta da evolução das remunerações dos funcionários públicos, com os dados a reportarem-se a outubro. Segundo estes, a remuneração base média da função pública atingia então 1 540,50 euros, subindo 0,5% face a um ano antes, com o vencimento total médio nos 1800,40 euros, numa variação homóloga de 0,6%.
Nalgumas carreiras, porém, houve mesmo uma queda nos salários médios, com os maiores recuos a ocorrerem entre diplomatas – menos 5,1% no vencimento médio total, que é também o mais elevado, de 8.814 euros, devido às colocações no estrangeiro – e investigadores científicos – menos 2,1% no vencimento total, para 2.714,3 euros.
Os técnicos superiores de saúde (menos 0,8%, para 2.142,5 euros), os magistrados (menos 0,6%, para 6.121,4 euros), os técnicos superiores (menos 0,5%, para 1.827,2 euros), os polícias municipais (menos 0,4%, para 1.572,6 euros), oficiais dos registos e do notariado (menos 0,3%, para 2.140,4 euros), informáticos (menos 0,3%, para 2.007,1 euros), os trabalhadores do fisco (menos 0,2%, para 2.263 euros) também registam descidas do salário médio. O mesmo sucede ainda com pessoal das forças armadas, professores de politécnico e dirigentes intermédios (todos com um recuo de 0,1%, para 1.846,8 euros, 3.307,8 euros e 3.150,5 euros, respetivamente).