O Banco Central Europeu (BCE) vai realizar em 2021 testes de solvência aos 38 maiores bancos da zona euro, que representam 70% dos ativos da região, como parte de um exercício coordenado pela Autoridade Bancária Europeia (EBA).
O BCE informou hoje que esta prova substitui os testes de solvência de 2020 da EBA, adiados devido à pandemia de covid-19.
Paralelamente, o BCE também vai conduzir testes de resistência a 53 bancos que supervisiona diretamente, que não estão incluídos no exercício da EBA.
A Autoridade Bancária Europeia prevê publicar os resultados dos bancos em finais de julho de 2021.
Os dados permitirão clarificar o impacto da pandemia e das medidas de confinamento nos balanços dos bancos e calcular as necessidades de capital de cada banco.
Caixa Geral de Depósitos e BCP incluídos nos testes de ‘stress’ europeus
“O Banco Central Europeu vai examinar 38 bancos significativos da zona euro como parte do teste de ‘stress’ de 2021 na União Europeia coordenado pela Autoridade Bancária Europeia (EBA)”, pode ler-se no comunicado hoje divulgado pelo BCE.
Entre os bancos analisados encontram-se os portugueses Caixa Geral de Depósitos e o BCP, que inicialmente não estava incluído, mas que devido à fusão do Bankia e do CaixaBank, que agora não farão parte dos testes, acabou por ser incorporado na lista.
Segundo o comunicado hoje divulgado, a EBA “planeia publicar os resultados dos bancos individuais no final de julho de 2021”, especificamente até dia 31.
“Os resultados vão clarificar o impacto de choques adversos na resiliência dos bancos debaixo de condições macroeconómicas desafiantes”, pode ler-se no comunicado, que adianta que o exercício irá incidir “nas medidas de apoio público, como garantias públicas, implementadas para mitigar o impacto da pandemia”.
Já a EBA assinalou que o cenário adverso dos testes “é baseado numa narrativa de um cenário de covid-19 prolongado, num ambiente de taxas de juro ‘baixas e por mais tempo’, em que choques de confiança negativos prolonguem a contração económica”.
Os testes de 2020 tinham sido adiados devido à pandemia de covid-19.
Segundo a EBA, “os testes de ‘stress’ permitem aos supervisores avaliar se as ‘almofadas’ de capital dos bancos, que têm vindo a ser acumuladas nos últimos anos, são suficientes para cobrir as perdas e apoiar a economia em tempos de aperto”.
Em paralelo, o BCE “planeia conduzir os seus próprios testes de ‘stress’ para os 53 bancos que supervisiona diretamente, mas que não estão incluídos a amostra conduzida pela EBA”.
“Os resultados de ambos os testes de ‘stress’ será usado para avaliar as necessidades de capital do Pilar 2 de cada banco, no contexto do Processo de Revisão e Avaliação de Supervisão (SREP)”, de acordo com o BCE.