O presidente do BCP disse esta segunda-feira que deverão sair do banco mais de 800 trabalhadores, abaixo da meta inicial de 1000, mas que depende dos funcionários que aceitarem rescindir e mantém a possibilidade de recurso ao despedimento coletivo.
Questionado na apresentação de resultados do primeiro semestre (lucros de 12,3 milhões de euros) se o objetivo do banco é a saída de 1.000 trabalhadores, Miguel Maya disse que esse era o objetivo inicial, mas que, “depois de ouvidos a Comissão de Trabalhadores e os sindicatos, o objetivo central anda na ordem de 800 trabalhadores”, “mais próximos dos 800 do que dos 900”. Contudo, afirmou, é esse “número se saírem as pessoas que têm de sair”.
O gestor adiantou que o banco decidiu não fazer uma adesão voluntária aos programas de rescisões, mas escolher quem quer que saia, pois “não é indiferente de onde se retiram as pessoas”. E acrescentou que o plano é para cumprir “na sua totalidade este ano”, que o banco não está disponível para atrasar o processo.
Questionado sobre se poderá recuar na intenção de despedimento coletivo, como pedem as estruturas representativas dos trabalhadores, Maya afirmou que o BCP tem definidas as pessoas que quer que saiam e que, se tal não acontecer, “podem exigir medidas unilaterais”, ou seja, despedimentos.
Segundo o gestor, isso não é pressão, mas falar “com transparência e verdade”. “Gostaríamos de evitar, infelizmente nem sempre é possível”, acrescentou.
Sobre a disponibilidade do BCP para permitir reformas antecipadas a partir dos 55 anos (o banco propõe reformas antecipadas apenas para quem tenha 57 anos ou mais, com o objetivo de fazer poupanças, segundo as estruturas dos trabalhadores), Miguel Maya não respondeu, referindo que apenas fala desse assunto com os representantes dos trabalhadores.
Ainda na apresentação de resultados, o presidente executivo do BCP disse que o plano de reestruturação tem um custo de cerca de 90 milhões de euros este ano, mas levará de futuro a poupanças anuais de 35 milhões de euros.
O BCP apresentou lucros de 12,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, menos 84% do que no mesmo período de 2020. As contas incluem gastos de 87,2 milhões de euros para custos de reestruturação em Portugal.
Houve ainda o reforço de 214,2 milhões de euros nas provisões para perdas relacionadas com créditos em francos suíços concedidos na operação do BCP na Polónia.