O verão tem uma magia especial para os portugueses que vivem fora de Portugal.
É o tempo do regresso descontraído a casa, de rever as famílias, de beber uns copos com os amigos, de estar presente na festa da freguesia, de tratar de alguns assuntos pendentes, de visitar os locais onde se sentem bem, de percorrer as romarias e de comer um delicioso peixe grelhado nas nossas belas praias douradas.
Porém, este ano, venham preparados para encontrar algumas diferenças, para melhor ou para pior…
Não há dúvida que o ambiente está muito mais descontraído depois de 2 anos de clausura imposta pela indesejada pandemia. A generalidade das pessoas já consegue fazer uma vida normal, voltando a dar cor às nossas cidades e aldeias e recuperando a alegria da vida comunitária.
Também é verdade que a atividade turística está a conhecer um dos melhores momentos de sempre, voltando a receber milhões de turistas, que se habituaram a encontrar no nosso belo País os lugares em que se sentem bem e onde podem gozar as suas merecidas férias.
Porém, também há coisas que mudaram para pior…
Os nossos serviços de saúde, a começar pelos hospitais, estão em estado de rutura, sendo caricato ouvir os respetivos responsáveis alertar as pessoas para evitarem adoecer durante o verão, como se isso fosse possível.
Nos aeroportos, as fronteiras estão a funcionar com enormes limitações para quem vem de fora do espaço Shengen, sendo frequente ver filas de horas para entrar no nosso País, o que deixa uma péssima primeira imagem para quem nos visita.
Já antes disso, muitos dos que vêm de fora da Europa desesperaram para obter um visto ou, se forem portugueses, para renovar um documento de identificação ou de viagem, chegando a esperar mais de meio ano, em certos casos, para o fazer. De facto, os nossos consulados e outros serviços públicos em Portugal estão bloqueados, incapazes de responder à procura, numa situação gravíssima como nunca se verificou.
Por outro lado, o custo de vida agrava-se de dia para dia, com os combustíveis mais caros da Europa e os bens de primeira necessidade a subirem com enorme frequência, transformando o quotidiano dos mais humildes num autêntico martírio.
Claro que ainda há uma outra diferença em Portugal… O Primeiro-Ministro António Costa já tem a sua maioria absoluta, conseguindo-se finalmente livrar dos parceiros da geringonça, para o bem e para o mal. Claro que agora acabaram as desculpas de “mau pagador” e os alibis, tendo de cumprir as promessas feitas para conseguir o seu magno sonho da maioria.
Em qualquer caso, é essencial que os portugueses e seus descendentes, que visitam a sua terra de origem nesta altura do ano, se sintam o melhor possível por aqui.
Para quem, como eu, adora Portugal, a visita dos nossos compatriotas que vivem no estrangeiro é um momento único, seja na Feira de São Mateus, na Romaria da Senhora da Agonia, no Terreiro do Paço, nas deslumbrantes praias do Algarve ou no Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Voltem sempre!