As autoridades brasileiras estão confiantes de que o comércio com a China se tornará cada vez mais importante, apesar de uma queda recente que consideram “temporária”.
“Não acreditamos que a queda nas exportações para a China seja uma questão de mudança de tendência. A China tem passado por confinamentos, o que faz com que a atividade económica desacelere”, disse o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão.
Durante atualização dos números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) para a balança comercial, Brandão disse que a China continuará a ser um grande parceiro comercial do Brasil, “com importância crescente”.
As exportações de ferro para a China caíram recentemente, devido à “menor atividade na China”, disse Brandão.
“Espera-se um crescimento do PIB de apenas 4,4% este ano, o que em termos chineses é baixo. A menor atividade influencia as importações [pela China] tanto em volume quanto em valores”, acrescentou.
De janeiro a maio, o volume total de produtos exportados do Brasil para a China caiu 11,2% em relação ao mesmo período do ano passado. No caso do minério de ferro — o produto mais afetado —, a queda foi de 7,76%.
Dados da Secex mostram que as exportações de minério de ferro do Brasil para a China totalizaram 77,62 milhões de toneladas em janeiro-maio, comparando com 84,15 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado.
Considerando todos os produtos exportados, o volume dos primeiros cinco meses de 2022 foi de 124,92 milhões de toneladas. No mesmo período de 2021, a soma foi de 140,61 milhões de toneladas.
Dados da Secex indicam que as exportações brasileiras de soja totalizaram 28,74 milhões de toneladas de janeiro a maio. O volume é 28% inferior às 40 milhões de toneladas registadas nos primeiros cinco meses de 2021.
No caso da soja, segundo Brandão, a queda nas exportações não está ligada aos confinamentos na China.
“O que explica a menor exportação de soja é a menor oferta do Brasil. Os alimentos são sempre procurados em todo o mundo, ainda mais num momento de crise e constrangimentos no abastecimento, com a guerra na Ucrânia”, disse o subsecretário.
Fonte: CLBrief