O principal anúncio do encontro de Lula com o presidente americano Joe Biden foi a entrada dos EUA no Fundo Amazônia, por meio do qual Noruega e Alemanha contribuem para a proteção da Amazônia, com um aporte inicial de US$ 50 milhões.
Membros da delegação brasileira espalharam a versão de que o governo brasileiro se tinha dececionado com o valor, mas, oficialmente, o Itamaraty nega que o montante estipulado tenha frustrado expectativas, por entender que Biden precisa aprovar com o Congresso aportes maiores.
Em entrevista à imprensa na noite de sexta-feira (10/2), na Casa Branca, após o encontro com o presidente americano, Lula afirmou que levou a Biden a necessidade de países ricos entrarem num fundo, não necessariamente o Amazônia, para ajudar países com reservas florestais a protegerem o meio ambiente. O presidente brasileiro defendeu também a criação de um organismo multilateral para cuidar da governança mundial do clima.
Lula informou também que levou a Biden a necessidade de pôr um fim na Guerra da Ucrânia. O presidente disse que apresentou a Biden a mesma proposta feita ao presidente francês, Emmanuel Macron, e ao chanceler da Alemanha, Olaf Scholz: a criação de um grupo de países que não estão diretamente envolvidos na guerra, para que eles consigam encontrar uma possibilidade de paz.
Na delegação brasileira houve incómodo com o facto de Biden ter mudado o horário da visita, que inicialmente seria de manhã, e que acabou sendo no fim da tarde de sexta-feira. A sensação das pessoas que acompanharam o presidente é que, a despeito do interesse de Biden em aparecer ao lado de outro presidente cujo país demonstrou resiliência democrática, a Casa Branca não teria dado a Lula a importância que ele julgava merecer.
A expectativa é que a visita de Lula a Pequim, em março, apresente mais resultados concretos, e acabe por sinalizar aos Estados Unidos que o Brasil merecia outro tratamento.
Lula chegou na noite sábado (11/2) ao Brasil, acompanhado da primeira-dama Janja da Silva e de todos os ministros que compuseram a comitiva presidencial, com exceção do chanceler Mauro Vieira, que embarcou para Croácia para se despedir da Embaixada do Brasil no país, que chefiava.