A estatal brasileira de petróleo Petrobras perdeu mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado desde sexta-feira, quando o presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou a saída do atual presidente executivo da empresa, Roberto Castello Branco, e a sua substituição pelo general Joaquim Silva e Luna, o que está a ser visto como uma interferência direta do presidente.
As ações da Petrobras caíram mais de 20% no mercado bolsista e ameaças de Bolsonaro de interferência em outras estatais, nomeadamente do setor de energia, aumentaram a instabilidade. O mercado financeiro registou fortes quedas nas ações do Banco do Brasil e da Eletrobras.
Em apenas em duas sessões na Bolsa de São Paulo (Bovespa), a Petrobras perdeu mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado. A Petrobras foi avaliada segunda-feira em R$ 280,5 bilhões, contra R$ 382,9 bilhões na passada quinta-feira (19).
A decisão de Bolsonaro, num quadro de sucessivos aumentos dos combustíveis, é vista, fundamentalmente, como um gesto populista destinado a recompor uma base eleitoral para eventual tentativa de reeleição em 2022.
A mudança de comando na estatal, considerada durante décadas como a joia da economia brasileira, deverá ser confirmada pelo Conselho de Administração da empresa.