Lula da Silva é oficialmente o 39.º presidente do Brasil, cerca de dois meses após ter sido eleito. O chefe de Estado e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, fizeram o juramento constitucional no Congresso.
“Prometo manter, defender e cumprir a constituição, observar as leis e promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”, disse Lula da Silva.
O primeiro dia deste ano de 2023 ficou marcado por uma mudança de liderança para o povo brasileiro. Por volta das 15h (18h em Portugal Continental), foi colocado um fim ao mandato de Jair Bolsonaro, com a cerimónia de tomada de posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
O evento decorreu na capital brasileira, Brasília, e contou com a presença de 65 delegações estrangeiras, incluindo de Portugal, que esteve representado oficialmente pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.
Milhares de pessoas na capital em Brasilia, para assistirem à tomada de posse do novo presidente, Luís Inácio Lula da Silva. Muitos montaram tendas em parques de campismo improvisados, como um Pavilhão de Exposições em Brasília, preparado para albergar cerca de 18.000 pessoas.
Humanismo e defesa do ambiente são as grandes apostas de Lula, que tomou posse pela terceira vez, e apresentou o seu governo na semana passada, com a ativista ambiental, Marina Silva, como ministra do Ambiente e Sónia Guajajara como ministra dos Povos Indígenas do Brasil.
Esta é a primeira vez que um governo brasileiro dedica uma pasta e nomeia um ministro para as questões dos povos indígenas. O anúncio indica que a nova administração terá como prioridade o fim do abate ilegal da floresta.
Lula da Silva traz muitas mudanças e até a tomada de posse foi diferente, sem a presença do presidente cessante, Jair Bolsonaro, que foi para os Estados Unidos, há dois dias.
Equilíbrio das contas públicas, inflação, desaceleração global e reforma tributária. São estes os grandes desafios do novo presidente do Brasil, segundo os economistas, que sublinham que a retoma económica tem de ser um dos principais compromissos.
No Congresso, Lula terá de construir um grupo de apoio consistente para aprovar as suas propostas e deverá enfrentar uma oposição mais forte do que nos dois primeiros mandatos. Será também importante para travar eventuais tentativas de processo de impeachment.
Um dos maiores desafios do novo governo é cumprir a promessa eleitoral de mais gastos sociais e investimentos, ao mesmo tempo, que se reorganizam as contas públicas. O novo presidente terá de adotar uma política equilibrada de gastos públicos e elaborar uma alternativa à atual regra do teto de gastos.
Outro objetivo importante é reduzir a influência das Forças Armadas na política, que ganharam um poder no governo Bolsonaro como não se via desde a Ditadura Militar.
Na lista dos principais desafios apontados pelos analistas estão ainda as melhorias na educação e na saúde, áreas que foram muito afetadas pela pandemia, e o resgate da credibilidade do Brasil junto dos organismos internacionais, principalmente no que diz respeito às questões ambientais.