O Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, no Brasil, vai realizar, entre os dias 8 e 10 de dezembro, o seu primeiro seminário internacional.
Organizado pelo Centro de Referência do Museu, o 1º Seminário “Viagens da Língua: multilinguismo no mundo lusófono” vai discutir a multiplicidade de línguas e as diversas formas de falar existentes nos territórios lusófonos, tendo em conta os seus contextos sociais e culturais.
Quem quiser submeter trabalhos para apresentação neste evento, que será virtual, poderá fazê-lo até dia 15 de novembro, no site do Museu da Língua Portuguesa.
O evento irá reunir investigadores, docentes e artistas, que serão convidados a partilhar estudos científicos e “experiências que contribuam para uma reflexão e aprofundamento deste tema que é fundamental para o Museu da Língua Portuguesa”, refere a organização. A divulgação dos projetos selecionados e da programação completa acontecerá no dia 24 de novembro, data em que serão abertas as inscrições para participantes.
Os resumos devem ser apresentados dentro de três eixos temáticos, que vão guiar as atividades do 1º Seminário Viagens da Língua: multilinguismo no mundo lusófono. Em Políticas linguísticas, os convidados vão falar, por exemplo, sobre como territórios em que coexistem diferentes línguas definem qual ou quais delas serão adotadas no ensino.
Já em Culturas multilíngues, um dos assuntos discutidos será a realidade das pessoas que vivenciam o português junto de outras línguas dos seus territórios. Por fim, O português no mundo vai debater precisamente a participação da língua portuguesa nas sociedades dos cinco continentes.
Sonhei em português
Ainda, Sonhei em português! é a nova exposição temporária do Museu, a partir do dia 12 de novembro. Nesta mostra é apresentada a questão da migração no século XXI, e de como a experiência é pautada pela questão da língua.
Com curadoria de Isa Grinspum Ferraz, a exposição ficará em cartaz até junho do próximo ano. O título vem de um dos depoimentos exibidos na exposição e alude ao momento simbólico em que o imigrante concretiza a sua ligação pessoal com a terra que o recebeu.
“As línguas são diferentes porque refletem ideias, valores, conhecimentos e visões do universo também diferentes entre si. Cada língua é uma visão do cosmo, com os seus provérbios, as suas sonoridades, os seus ritmos e a sua poética própria. Cada uma delas organiza, a seu modo, a experiência do mundo”, explica a curadora.
Entre os migrantes presentes nesta mostra estão a chinesa Si Lao, o senegalês Papa Faty Diaw e a paraguaia Maria Teresa Ayala de Pereira, brasileiros que relatam suas histórias de vida no estrangeiro.
Sonhei em português!, terá experiências visuais, audiovisuais, ambientes sonoros e obras criadas exclusivamente para o projeto. Nomes como a cantora e investigadora Fortuna, diretora da Associação Cultural Videobrasil Solange Farkas, e o artista Edmar de Almeida, participam nesta exposição. Completam a equipa convidada pela curadoria do Museu da Língua Portuguesa, o poeta Augusto de Campos, o artista Leandro Lima, o documentarista Marco Del Fiol, o Coletivo Bijari e o Estúdio Laborg.
A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, é uma realização do Governo Federal brasileiro, através do Ministério do Turismo, e do Governo do Estado de São Paulo, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, concebida e realizada em parceria com a Fundação Roberto Marinho. A EDP é patrocinadora master deste museu, a par com patrocinadores como o Grupo Globo, Itaú Unibanco e Sabesp, contando ainda com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.