O líder da CCILC assinalou que a entrada de capital chinês em empresas de topo portuguesas (desde a energia à banca) confere um “elemento de conforto” e uma “pista de segurança” para que os empresários chineses de menor dimensão sigam esses passos e apostem em ativos portugueses de menor dimensão.
A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC) antecipa uma alteração no perfil de investimento da China em Portugal, considerando que, depois das grandes empresas, vai chegar a vez das startup e das pequenas e médias empresas (PME).
“O investimento chinês em escalões mais baixos da economia portuguesa vai aparecer”, disse Sérgio Martins Alves, secretário-geral da CCILC, sublinhando que “já não há muitos ativos de grande dimensão” em Portugal disponíveis para venda.
Apontando para o crescimento do fluxo de turismo oriundo da China e do sucesso que os grupos empresariais daquele país asiático vão tendo em Portugal, Sérgio Martins Alves antecipou um “efeito de contágio” que vai trazer um novo tipo de investidor para Portugal. “Os pequenos e médios investidores vão chegar”, atirou, considerando que indústrias como o calçado e a metalomecânica vão beneficiar dessa nova onda de investimento chinês.
“Não há só mérito de um lado. Portugal tem criado condições únicas, tem uma juventude muito capaz e criativa, e a própria crise também nos obrigou a procurar soluções diferentes, propiciando o aparecimento de muitos empreendedores”, destacou.
E rematou: “A China regressou a Portugal para ficar. Daqui a 10 ou 15 anos vamos estar habituados a ter marcas do Oriente presentes no nosso dia-a-dia”.
