Abel Marques é professor de Direito e terá estado na residência do ex-banqueiro durante a vistoria da PJ para verificar se a coleção de arte apreendida pelo Estado estava intacta.
Abel Marques, Joana M. Fonseca e Joana Cunha D’ Almeida são os advogados que atualmente estão a representar o ex-líder do BPP, João Rendeiro. O ex-banqueiro assinou uma procuração já na altura em que se encontrava fora do país, foragido à Justiça, em que manteve as duas advogadas que já o representam há vários anos e contratou Abel Marques, secretário-geral da ANTRAL e também advogado da mulher de Rendeiro, que se encontra em Portugal.
O defensor, que há duas semanas foi à TVI assumindo-se como advogado do arguido, Carlos do Paulo, já não se encontra a representar Rendeiro, por opção deste. José António Barreiros — advogado que esteve com o ex-gestor na fase de recursos — renunciou ao mandato há já uns dias.
O atual advogado de João Rendeiro, que entra agora na equipa de defesa, é também membro da Federação dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, integra o grupo de lobbying da IRU junto das Instituições Europeias, o grupo de diálogo laboral e social da E.U. e integrou Comissão Ibero-Americana para o desenvolvimento do Transporte no Mercosul, Unasur.
É ainda professor de Direito e terá estado na residência do ex-banqueiro durante a vistoria da PJ para verificar se a coleção de arte apreendida pelo Estado estava intacta.
José António Barreiros — que acompanhou a fase de recursos para a Relação de Lisboa, Supremo Tribunal de Justiça e Tribunal Constitucional — renunciou ao mandato no final de setembro. No início do processo, Rendeiro foi também defendido por José Miguel Júdice e João Medeiros, atual sócio da VdA. A renúncia foi comunicada ao tribunal pouco mais de 24 horas depois da fuga do seu ex-cliente, anunciada no seu blogue. Segundo apurou o ECO, as razões da decisão estarão relacionadas com a entrevista do advogado Carlos do Paulo – dada à TVI — identificado como “advogado de João Rendeiro”.
Mulher de Rendeiro tem cinco dias para entregar obras de arte em falta
Maria de Jesus da Silva de Matos Rendeiro tem cinco dias para entregar à Polícia Judiciária 15 objetos [obras de arte] apreendidos em novembro de 2010.
A mulher do ex-banqueiro João Rendeiro será interrogada na próxima sexta-feira pelo tribunal e tem até quarta-feira para entregar à PJ 15 obras de arte apreendidas em 2010 e que em recente diligência não foram encontradas.
Segundo um despacho da juíza, Maria de Jesus da Silva de Matos Rendeiro tem cinco dias para entregar à Polícia Judiciária 15 objetos [obras de arte] apreendidos em novembro de 2010 e que em diligência realizada no início desta esta semana à sua casa, na quinta patinõ, “não foram localizados”.
A entrega dos bens justifica-se de forma premente, alega a juíza, sobretudo “pelo risco que constitui para a manutenção das garantias subjacentes à apreensão a recente indiciação de que três dos objetos apreendidos foram, entretanto, falsificados”.
O tribunal entende que, sendo Maria de Jesus Rendeiro a fiel depositária dos bens penhorados, deverá esclarecer a situação, estando o seu interrogatório marcado para a próxima sexta-feira. Nesta diligência vai participar o Ministério Público e o assistente [credores do BPP].
João Rendeiro, que em 28 de setembro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta, fugido à justiça.
Num requerimento entregue ao tribunal na passada segunda-feira a mulher de João Rendeiro informou já ter localizado “cerca de metade das obras não encontradas” pela PJ quando esta polícia se deslocou à sua residência no dia 11 para recolher as obras penhoradas.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como um outro processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.