Cerca de 10.000 hectares arderam na Serra da Estrela, onde desde sábado lavra o incêndio que começou na Covilhã, segundo o sistema de vigilância europeu Copernicus.
O combate ao incêndio que deflagrou no sábado no concelho da Covilhã e que se estendeu a Manteigas, Guarda e Gouveia foi reforçado com mais meios, mobilizando às 00:45 desta quinta-feira (11) quase 1.500 operacionais.
De acordo com a informação disponível no site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), no combate encontravam-se 1.471 operacionais, com o apoio de 459 meios terrestres. Segundo a mesma fonte, duas horas antes estavam mobilizados 1.293 operacionais e 403 viaturas.
Segundo um balanço realizado ao início da noite de quarta-feira pelo comandante operacional regional de Lisboa e Vale do Tejo, a situação “mantém-se complicada e difícil” e o objetivo dos operacionais no terreno “é tirar força à cabeça do incêndio”.
Durante o período da tarde de ontem, o incêndio obrigou à “evacuação de um parque de campismo no concelho de Manteigas”, numa atitude que o comandante operacional de Lisboa e Vale do Tejo considerou de proatividade do município, “garantindo a segurança das pessoas”.
Na conferência de imprensa, o comandante disse que estiveram no combate os meios aéreos disponíveis: “Gostaríamos de ter muito mais. Os Canadair estiveram inoperacionais durante todo o dia”.
Este era o incêndio mais preocupante em Portugal Continental, que contabilizava cerca das 00:45 cinco fogos ativos, com um total de 1.543 operacionais, com 477 viaturas.
O fogo que deflagrou em Meruge, concelho de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, pelas 14:59 de quarta-feira, foi dado como dominado pelas 21:00, estando a decorrer durante a noite trabalhos de vigilância, segundo a autarquia.
No combate às chamas, três bombeiros ficaram feridos, tendo sido encaminhados para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, sendo que na localidade de Travancinha o fogo destruiu uma casa de primeira habitação e uma de segunda habitação, adiantou à Lusa o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo.
No lado de Oliveira do Hospital arderam vários armazéns agrícolas, barrocões de pequena dimensão, na aldeia de Sobreda, tendo ainda uma viatura dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital sofrido danos, acrescentou.
De acordo com a informação disponível no Copernicus, até quarta-feira (10) tinham ardido 9.532 hectares na região da Serra da Estrela.
Segundo a informação provisória recolhida até esta quinta-feira e disponível no site do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), já arderam este ano 74.304 hectares em espaços rurais, sendo que metade são povoamentos florestais, 41% representa área ardida de mato e 9% área agrícola.
No total, segundo a mesma fonte, este ano já foram registadas 8.184 ocorrências.
No início da semana, o último relatório do ICNF, que não incluía o incêndio que deflagrou no sábado na Covilhã, indicava um total de 58.354 hectares de área ardida até 31 de julho.