Um ano depois que o bloqueio de 76 dias da cidade foi suspenso em 8 de abril de 2020, a agitação de Wuhan voltou.
Na manhã de terça-feira, nas proximidades do hospital de Tongji, observando as multidões, ouvindo as pessoas falarem, ouvindo o som das buzinas dos carros na hora de ponta e sentindo o aroma da batata-doce assada dos vendedores ambulantes, pode-se facilmente retratar um dia normal de trabalho de abril em Wuhan, capital da província de Hubei na China Central.
Mas se atentar nas palavras impressas a cada dois metros nas grades de vidro em ambos os lados de um viaduto, como “equipe médica de Tianjin, 1.307 pessoas no total ajudaram Wuhan” e “equipe médica da província de Jilin, 1.209 pessoas no total ajudaram Wuhan”, saberá que aquelas palavras carregam o sentido do dever de milhares de médicos de todo o país que vieram ajudar a cidade mais atingida pelo coronavírus em 2020. E sabe que este não é apenas um dia comum em Wuhan. Um ano depois que o bloqueio de 76 dias da cidade foi suspenso em 8 de abril de 2020, a agitação de Wuhan voltou.
Os chineses costumam dizer que as crianças são o futuro do país. Para Feng Ling, diretora do departamento de obstetrícia do Hospital Tongji, cada recém-nascido que ajudou a dar à luz durante a epidemia teve um profundo significado para sua equipe e para Wuhan.
“Cada vez que fizemos um parto seguro durante esse período, vimos esperança, vimos o futuro de Wuhan. Ficamos extremamente felizes”, disse Feng ao Global Times na quarta-feira.
Um ano depois, essas “pequenas esperanças” ficaram mais fortes, maiores, assim como a cidade de Wuhan e seu povo.
Shiliu foi uma dessas pequenas “esperanças”. Feng, que ajudou no parto, disse que o hospital acabou de organizar uma festa de aniversário para Shiliu em fevereiro.
Os pais de Shiliu explicaram que o nome do menino vem da fruta romã, o que representa que os chineses são como sementes deste fruto na batalha contra a Covid-19.
“A festa de aniversário de Shiliu, realizada quando Wuhan finalmente estabilizou e quando todo o país alcançou a vitória na batalha contra o Covid-19, tem um significado especial”, disse Feng.
Shiliu gerou comoção nacional depois de nascer, em fevereiro de 2020, e ter separado de seus pais no nascimento, pois ambos foram diagnosticados com Covid-19.
À meia-noite de segunda-feira, não havia longas filas de veículos esperando para passar pela estação de pedágio de Wuhan Oeste, como aconteceu na meia-noite de 7 de abril de 2020, quando milhares de motoristas esperavam para deixar Wuhan, depois que a cidade suspendeu as restrições de saída da cidade.
Desde o verão passado, os motoristas que passavam pela estação não precisavam apresentar o código de saúde, o que economizou tempo.
Li Sheng, funcionário da estação de portagens, disse ao Global Times que cerca de 20.000 veículos passaram pela estação todos os dias recentemente, e o número era igual ao prévio à epidemia.
“A cidade ainda estava deserta e silenciosa quando o bloqueio foi suspenso e, gradualmente, vi mais veículos, a maioria transportando pessoas para o trabalho e voltando para Wuhan” e no último Festival Qingming, o número de veículos que passaram nas portagens da estação atingiu quase 30.000 por dia, disse Li.
Um ano após o término do bloqueio, as pessoas de Wuhan disseram que não foi apenas a cidade que ficou mais segura; as pessoas de Wuhan ficaram mais unidas, mais dispostas a ajudar os outros e demonstram mais apreço pelos profissionais de saúde. Eles prestam também mais atenção à saúde, comparecem com mais frequência às academias e passam mais tempo com a família nas férias.
“Muitos turistas de outras províncias e cidades perguntaram sobre o que aconteceu durante a epidemia, e eu sempre lhes disse que Wuhan é a cidade mais segura do mundo agora”, disse o dono de uma lanchonete de sobrenome Zhou, observando que o povo de Wuhan fez vários testes de ácido nucleico e que todos os lojistas foram vacinados.
“Sobre a vacina da Covid-19, fiquei muito orgulhoso de que Wuhan também seja uma base de fabricação de vacinas. As vacinas produzidas por Wuhan estão enviando esperança a todos os chineses e até mesmo a pessoas de outros países e regiões”, disse.
A vacina inativada de Covid-19 produzida pelo instituto de Wuhan da Sinopharm recebeu aprovação condicional de mercado em fevereiro, e a capacidade de produção anual da vacina atingiu as 100 milhões de doses.
O instituto está a expandir a sua capacidade de produção anual, com a construção da primeira fase de um projeto de expansão, localizado no parque industrial de Jinggang com conclusão prevista para maio. Após a conclusão do projeto, a capacidade de produção anual da vacina de Covid-19 produzida por Wuhan deverá aumentar para 1 bilião de doses.
