A descoberta de um novo campo hidrotermal nos Açores foi feita a 570 metros de profundidade, no monte submarino Gigante, a 60 milhas da ilha do Faial.
Uma expedição científica no mar dos Açores descobriu um campo hidrotermal novo, o primeiro através de meios exclusivamente portugueses e também o que fica a menos profundidade de todos os oito campos conhecidos nos Açores.
«Estamos muito orgulhosos», disse Emanuel Gonçalves, líder da Expedição Oceano Azul e administrador da Fundação Oceano Azul. Emanuel Gonçalves explicou à agência Lusa, que a descoberta «foi uma felicidade», mas os investigadores já tinham indícios.
«Havia indícios de que podia haver este tipo de atividade e termos selecionado esta região não foi por acaso. Mas não havia evidências, apenas indícios, foi uma felicidade», afirmou.
A expedição científica Oceano Azul, que começou no dia 3 e termina no próximo dia 23, tem como objetivo explorar zonas ainda pouco conhecidas do mar dos Açores para promover a conservação marinha, no âmbito do programa «Blue Azores». E foi dentro dessa expedição que foi feita a descoberta, a 570 metros de profundidade, no monte submarino Gigante, a 60 milhas da ilha do Faial.
Os campos hidrotermais acessíveis são raros, salientou o responsável, explicando que são uma fonte «muito importante de informação» e podem por exemplo ajudar «a entender melhor questões como a origem da vida».
Os campos hidrotermais (água quente vinda do interior da terra, rica em minerais) são zonas de grande riqueza biológica e mineral. São «verdadeiros oásis escondidos no oceano profundo, que normalmente são encontrados a quilómetros de profundidade e a centenas de milhas das zonas costeiras», diz a Fundação Oceano Azul num comunicado a propósito da descoberta.
Emanuel Gonçalves destacou ser a primeira vez que há uma descoberta do género feita por uma expedição de cientistas portugueses e com meios navais também portugueses.
«É a primeira vez que uma descoberta assim resulta de uma conjugação de esforços de entidades nacionais», realçou.
A expedição é organizada pela Fundação Oceano Azul em parceria com a Waitt Foundation (proteção dos oceanos) e a National Geographic Pristine Seas (projeto para salvaguardar zonas intactas dos oceanos), e em colaboração com a Marinha Portuguesa através do Instituto Hidrográfico, o Governo Regional dos Açores e a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental. Participam na expedição, além de cientistas nacionais de diversos centros de investigação e universidades, especialistas de universidades e instituições dos Estados Unidos, Austrália e Espanha.
Atualmente, são conhecidos oito campos hidrotermais profundos no mar Português ao largo dos Açores: “Lucky Strike” (o primeiro a ser descoberto, em 1992), “Menez Gwen”, “Rainbow”, “Saldanha”, “Ewan”, “Bubbylon”, “Seapress” e “Moytirra”, lembra o comunicado.
A Fundação Oceano Azul foi criada no ano passado com o objetivo de «reaproximar Portugal do mar». O programa “Blue Azores” é uma parceria com a Fundação Oceano Azul e a Fundação Waitt a três anos para a promoção, proteção e valorização do mar dos Açores.
































