Peter Neronha foi eleito procurador-geral de Rhode Island nas eleições intercalares de 6 de novembro, com 79,8% dos votos.
O novo procurador-geral de Rhode Island, o lusodescendente Peter Neronha, elegeu como prioridade a luta contra o consumo excessivo de opiáceos, que «também afeta» a comunidade portuguesa de um dos Estados mais atingidos pela crise.
Com um mandato de quatro anos que começa em janeiro, Peter Neronha disse à agência Lusa que pretende alavancar o gabinete da procuradoria para «advogar a favor de tratamentos mais acessíveis e baratos e trabalhar na prevenção», indo além da prossecução criminal de ilicitudes associadas aos opiáceos.
«A comunidade portuguesa é muito trabalhadora e tem pessoas excelentes», afirmou o procurador-geral, lusodescendente pelo lado paterno. «Tal como toda a gente, membros da comunidade estão a lutar contra a adição a opiáceos, não há aqui nenhuma comunidade que não o esteja», disse.
De acordo com o National Institute on Drug Abuse, Rhode Island é um dos dez Estados com maior taxa de mortes por sobredosagem de medicamentos opiáceos, 26.7 por cada 100 mil habitantes, mais do dobro da média nacional (13.3).
Rhode Island tem 1.06 milhões de habitantes e é o terceiro Estado com mais lusoamericanos do país, 96.433 de acordo com a última atualização do Censo, sendo o português a segunda língua estrangeira mais falada, a seguir ao espanhol.
Apesar de reconhecer que não é algo específico da comunidade, Peter Neronha afirmou que «quando se fala com lusoamericanos que vivem em Rhode Island» a crise do consumo excessivo de opiáceos «é algo que todos sabem que estamos a enfrentar».
A agência de proteção da saúde CDC (Centers for Disease Control) contabilizou 72.000 mortes por overdose em 2017, das quais 66% (42.249) foram causadas por medicamentos opiáceos. Em outubro desse ano, o presidente Donald Trump declarou o problema como emergência nacional de saúde pública. As estimativas apontam para que 2,1 milhões de norte-americanos abusem de opiáceos, de acordo com uma sondagem governamental de 2016.