Na última sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre, elementos da comunidade portuguesa compareceram para comemorar os 50 anos da Revolução dos Cravos, a efeméride que marcou o fim da ditadura liderada por António Salazar.
Segundo uma notícia publicada no site da Câmara Municipal de Porto Alegre, o representante da comunidade portuguesa, José Francisco Leal Serra, compartilhou as suas memórias de viver sob o Estado Novo regido por Salazar. “Só quem viveu tal situação neste período, de 1933 a 1974, sabe o que acontecia. Os meus pais, e eu mesmo, por exemplo, vivemos 30 anos debaixo de uma ditadura com submissão permanente”, afirmou, ao lembrar que foi preso injustamente enquanto almoçava num restaurante.
A cerimónia teve início com a canção “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso. Para o professor e representante da comunidade, Marçal Paredes, “esta música representa algo que deve ser relembrado todos os dias, inclusive nesta Câmara: o povo é quem ordena na cidade. E é neste sentido que devemos lembrar os 50 anos da Revolução dos Cravos, o dia da democracia e liberdade”.
Marçal ressaltou a importância de relembrar a história para não repetir os mesmos erros e exaltou a democracia, utilizando como exemplo Portugal. Segundo ele, após o fim do Estado Novo, ocorreu uma melhoria significativa da economia e globalização.
“Fomos das trevas para um dia de sol. Dizem que governos ditatoriais são as soluções para nossos problemas sociais. Isso é mentira. É a democracia que, concretamente, tem aspetos altamente salutares e positivos e muda para melhor a vida das pessoas”, concluiu.