Mark Lowcock falou à ONU News sobre assistência humanitária no mundo, defendeu melhor cooperação global para acabar com sofrimento gerado por conflitos na África, na Venezuela, países árabes e outras regiões, e citou clima e pandemia entre maiores desafios atuais.
Uma maior colaboração internacional para conter conflitos, alterações do clima e doenças ajudaria a reduzir o crescente número de pessoas precisando de auxílio humanitário.
As declarações foram feitas pelo coordenador humanitário Mark Lowcock em entrevista de despedida à ONU News, onde mencionou a crise em Cabo Delgado, Moçambique, que começou em 2017. O subsecretário-geral será substituído pelo diplomata britânico, Martin Griffiths.
Lowcock realçou a expansão do conflito em muitos lugares como um grande desafio. Ele apontou o fracasso em se resolver questões de longa data como a Síria e o Iêmen, e o surgimento de crises em Moçambique, Etiópia e outros lugares.
Em 2021, o conflito armado, no norte de Moçambique, agravou-se levando ao aumento de 325% no número de deslocados internos pela violência. Atualmente existem mais de 732 mil desalojados, se comparados ao final de abril de 2020.
O ataque à cidade de Palma, em 24 de março, e confrontos no distrito forçaram quase 68 mil pessoas a fugir para áreas mais seguras. Pelo menos 30% dos deslocados da região tiveram que fugir várias vezes.
Em segundo lugar, o chefe humanitário apontou como desafios do mandato de quatro anos os impactos crescentes das mudanças climáticas, um fenômeno que se destaca como uma grande causa de sofrimento em todo o mundo.
Por último, mencionou a pandemia e “um crescimento a níveis sem precedentes no número de pessoas que precisam de proteção e assistência” pelo mundo.
Lowcock ressalta situações de conflitos recentes desde a pandemia como: Nagorno-Karabakh, lugares em Moçambique e na Etiópia e aponta que estas crises são “resultado de interesses malignos aproveitando um momento em que o resto do mundo está focado em um grande problema e visando objetivos indesejáveis e prejudiciais.”
Mas para o coordenador humanitário, até certo ponto, o mundo vive problemas que desviam a atenção da atenção humanitária dada antes. Os exemplos disso são enchentes, desastres naturais, secas e conflitos locais.