
A velocidade com que a vida muda pode ter tanto de positivo como de assustador, e a forma como a pandemia tem evoluído tem-nos feito oscilar entre o medo e a coragem, a ansiedade e a esperança, a impotência e a persistência, criado uma torrente de efeitos colaterais físicos, emocionais e mentais nos indivíduos, empresas e comunidades, sem precedentes.
As notícias relatam que estamos em crise e, seja esta existencial, institucional ou económica, tal parece significar que estamos a ser confrontados com dores, tensões, mas, ao mesmo tempo, também com oportunidades. As dores e oportunidades têm um papel ativo no crescimento humano, nas empresas e nas nações; elas coexistem muitas vezes, mas depende de nós escolher se vamos evitar a dor e ou arrastar-nos nela, ou se vamos perceber a oportunidade e aproveitá-la. Nesta coexistência, qual vai ser o seu foco? Qual vai ser a sua atitude? E que mudanças vai originar?
Eu preferia que, apesar da dor, abraçasse a oportunidade, e se renovasse. A oportunidade está e estará sempre visível para os mais atentos, os que se conhecem melhor, nas suas fragilidades e forças, nos que têm maior capacidade de adaptação, nos que ousam e se reinventam. E tudo começa com a mudança de perspetiva, com a observação.
A física quântica admite que a consciência do observador interfere com a realidade subatómica no ato de observação da mesma, trazendo à “vida” aquilo que é observado. Antes da observação o mundo subatómico é um potencial de possibilidades. Após a observação é como se cada possibilidade se cristalizasse, ganhando forma e existência no espaço e no tempo.
Einstein afirmou que “observar significa que construímos alguma conexão entre um fenómeno e a nossa conceção do fenómeno”, permitindo-nos inferir que de alguma forma modelamos os fenómenos com a nossa observação e perceção dos mesmos. Antes de alguma coisa ser observada há um momento de escolha, de decisão que vai afetar inevitavelmente aquilo que vai ser observado.
Efetivamente, somos observadores de realidades a tempo inteiro, e toda a realidade – exterior ou interior ao sujeito – é feita da mesma “matéria”: ondas/partículas subatómicas, campos de energia animados pela consciência. A sua, a minha, a nossa consciência. Está na nossa mão observar as possibilidades e transformá-las em realidade, criando oportunidades ou aproveitando as já existentes para melhorar a nossa vida, as famílias e negócios pelos quais somos responsáveis, contribuir socialmente e garantir a sustentabilidade deste planeta.
Aqui estão 4 perguntas que podem colocá-lo num estado de abertura a todas as possibilidades, e encaminhá-lo para as oportunidades que melhor sirvam os seus propósitos. A minha sugestão é que escreva as respostas. Pode aplicar estas perguntas à sua vida pessoal, ao trabalho, ou a outra área que escolher.
- Que possibilidades ocultas estão presentes nesta ou naquela situação que estou a viver?
- Que outra maneira de ver ou de fazer posso utilizar?
- A situação ideal para mim, qual seria? Descreva-a detalhadamente.
- Com a situação ideal, já concretizada quem me tornaria? O que mudaria para melhor? Com quem partilharia os meus benefícios?
Depois deste exercício peço-lhe que se abra interiormente ao que escreveu, partilhe comigo as suas ideias e entre em ação no que pode realizar, de ora em diante.