O filme português faz parte da lista de 64 curtas-metragens selecionadas para a edição de 2023, informação divulgada pela organização do festival, num comunicado. Estes 64 filmes foram selecionados entre 10.981, “o número mais elevado de que há registo”, dos quais 4.996 são dos Estados Unidos e 5.985 do resto do mundo.
Em 2023, o programa de curtas-metragens inclui filmes de 23 países. “Garrano”, uma ficção sobre um rapaz que é pago para atear um fogo num pinhal, é a única ‘curta’ portuguesa selecionada.
“Garrano” esteve, em junho, nos festivais de Annecy e de Zagreb. Um mês depois, venceu o prémio do público, na competição nacional, do festival internacional Curtas Vila do Conde. Em outubro, foi distinguido com o Prémio Nacional da Animação 2022, durante a 21.ª Festa Mundial da Animação, em Coimbra.
Em “Garrano”, David Doutel e Vasco Sá voltaram a partilhar a experiência da realização de cinema de animação, que já tinham tido em outras três curtas-metragens: “O sapateiro” (2011), “Fuligem” (2014) e “Agouro” (2018).
David Doutel explicou que o argumento do filme é da escritora Regina Guimarães, tendo subjacente o tema da sustentabilidade ambiental. O filme cruzará dois conceitos que se relacionam, um sobre “o paradoxo da extração de energias renováveis, neste caso o lítio, para salvar o planeta”, e outro sobre ecoansiedade nos mais jovens.
Desde as primeiras ideias até à estreia da longa-metragem, os realizadores estimam um tempo de trabalho de seis anos.
O trabalho de produção de uma longa-metragem de animação é moroso, não só pelo trabalho criativo, mas também pelo processo de angariação de várias fontes de financiamento e de contratação de profissionais por vários anos, para um trabalho “continuado, estável e sem precariedade”, explicou na altura.
O festival Sundance 2023 decorre entre 19 e 29 de janeiro em Park City, no estado do Utah.