Os engenheiros angolanos, Bevania Martins e Marco Romero, que atualmente se encontram a fazer mestrados na área espacial no Instituto Superior de Aeronáutica do Espaço (ISAE-SUPAERO), em Toulose, França, estão entre os dez melhores jovens, com menos de 30 anos, da indústria espacial africana.
Ambos foram eleitos entre mais de 100 inscrições e 31 nomeações exclusivas de 13 países africanos. A seleção envolveu um meticuloso processo de verificação e classificação por uma equipa de cinco juízes de cinco países africanos, que incluiu Angola.
O Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) participou no corpo de jurados, através de sua diretora-geral adjunta para a Área Técnica e Científica, engenheira Vangiliya Pereira, que ajudou a escolher os jovens que “quebram os limites do céu e carimbam a pegada africana no espaço”.
“Para Angola, isto significa mais uma porta ao reconhecimento de tudo que tem sido feito a nível do país na área espacial, a fim de nos tornamos numa referência, não só a nível de África mas do mundo, quer em termos de infraestruturas espaciais como também no que concerne à formação e capacitação de jovens quadros na área espacial”, destaca a engenheira Vangiliya Pereira.
Lançado no ano passado, o “Top 10 Under-30” é uma iniciativa da empresa africana de consultoria e media focada em tecnologia espacial, Space in Africa, que comemora o 50º aniversário da histórica missão Apollo 11 à lua. O “Top 10 Under-30” reuniu engenheiros, cientistas, desenvolvedores de negócios, pesquisadores, defensores de políticas e académicos da África que contribuíram, mesmo que de maneira pequena, não apenas para o desenvolvimento da indústria espacial de seu país, mas também para expandir o conhecimento no crescente sector espacial da África.
O cientista espacial nigeriano e fundador do Space in Africa, Temidayo Isaiah Oniosun, ressalta o facto dos juízes serem “profissionais respeitados em instituições públicas e privadas, com vasta experiência e conhecimento da indústria espacial africana”.
“Embora a indústria tenha muitos pioneiros importantes, nos últimos tempos a indústria espacial da África está desfrutando de grandes contribuições de jovens inovadores, engenheiros, empresários, professores e entusiastas de outras partes da indústria”, destaca.
Os engenheiros, Bevania Martins e Marco Romero, integram o grupo de seis técnicos do GGPEN que estão a cursar mestrados nas áreas espaciais, em Toulose, fruto da parceria entre o Estado, por intermédio do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), com a empresa francesa Airbus, parceira nas construções dos satélites ANGOSAT-2 e 3 e a Rússia, no âmbito das compensações do ANGOSAT-1.
Bevania Martins, 28 anos, é bacharel em aplicativos de computador pela Punjab College of Technical Education da Punjab Technical University na Índia e é membro do Conselho Consultivo de Geração Espacial das Nações Unidas. Depois dos seus estudos na Índia, passou a trabalhar no Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) como Especialista Sénior do Segmento de Controlo Terrestre responsável pelo sinal de comunicação por satélite, monitorização de equipamentos de Rádio Frequência e execução da manutenção programada desses equipamentos.
Enquanto trabalhava para o GGPEN, integrou a equipa responsável pelo estabelecimento de um programa de Educação Espacial Angolano. Bevania está atualmente a terminar o seu mestrado em Aplicações e Serviços Espaciais no Instituto Superior de Aeronáutica do Espaço (ISAE-SUPAERO), em Toulouse. Recentemente, fundou uma startup espacial com foco na redefinição de trajes espaciais. Também está trabalhando com um grupo de jovens africanos para desenvolver o Cubesat africano que visa fornecer programas de capacitação, workshops, ferramentas e técnicas para lançar um Cubesat que tem a colaboração de todos os países africanos.
Marco Romero é engenheiro Aeronáutico, certificado em “Lua do Sistema Solar” pela UK Open University e em “Mars Surviving Principles” pela Monash University da Malásia. Também tem uma certificação em GIS e Sensoriamento Remoto do TOPGIS do Centro de Competência da Universidade de Luxemburgo. Recebeu a Certificação Copernicus para uso de dados, políticas públicas, desenvolvimento de produtos e serviços da PWC.
Recentemente, matriculou-se no Mestrado Avançado em Engenharia de Sistemas Espaciais no ISAE Supaero. Participou na construção do primeiro Satélite Angolano, o Angosat-1, e desempenhou funções no Departamento de Gestão de Projetos do GGPEN. Apoiou o desenvolvimento de um Programa de Educação e Divulgação Espacial em Angola que se expandiu através de África através de vídeos e histórias em quadrinhos e Pico Satélites. Expandiu a sua carreira para o Programa Espacial Angolano como especialista em Navegação Balística e Apoio a Operações de Satélite no Centro de Missão e Controlo da Funda.
Atualmente trabalha na Airbus Defense and Space. Começou uma missão de observação no Vale Aeroespacial Francês trabalhando nos programas europeus NanoStar, UFO e Gallatea, aprendendo como desenvolver uma estratégia para implementar um ecossistema de espaço de notícias sustentável em países africanos, independentemente de seu estágio de desenvolvimento espacial. Desenvolveu ainda vários hackathons, conferências, incubações, desafios, estudos, projetos, artigos de pesquisa e outras atividades em Angola e juntou-se a atividades semelhantes em outros países. Nos últimos quatro anos, desenvolveu e consolidou 6 Startups que contribuem para o desenvolvimento do Setor Aeroespacial em África. É o ponto de Contacto Nacional para o Conselho Consultivo de Geração Espacial (SGAC) que participa em 5 Grupos de Projetos, bem como Coordenador Nacional de Divulgação da União Astronómica Internacional em Angola, Embaixador da Estação Espacial Internacional, Responsável pelos “Alunos para a Exploração e Desenvolvimento do Espaço (SEDS)”, capítulo angolano e membro do Fórum Económico Mundial Global Shapers no HUB de Luanda.


































