Luta dos emigrantes que perderam “poupanças de uma vida” começou há mais de 6 anos.
O movimento Emigrantes Lesados Unidos (ELU) vai voltar a manifestar-se em Paris “contra a discriminação da qual os emigrantes (nos quais os emigrantes lesados do BES/NB) são vítimas”. A manifestação está marcada para o próximo sábado (26), junto à Embaixada de Portugal na capital francesa.
Num comunicado, assinado pelo coordenador do ELU, Carlos Costa dos Santos, o movimento diz aproveitar a repetição das eleições legislativas pelo círculo da Europa, e considera que “os emigrantes foram mais uma vez discriminados” pelo facto de terem sido anulados mais de 157 mil votos dos eleitores do círculo da Europa, correspondendo a cerca de 80% do total dos votantes.
As reivindicações continuam a ser as mesmas. “Ao contrário do que foi dito pela comunicação social, ainda há produtos supostos de poupança (tais como o Euro Aforro 10) que ficaram fora de qualquer acordo. Por exemplo, de 100 euros depositados nestes produtos, os emigrantes lesados recuperaram 11 euros, quer dizer, uma perda quase total, e não 50% nem 75%!”
“Tal como em todas as manifestações prévias que organizámos em Paris, independentemente de quaisquer associações em que os emigrantes lesados não confiam mais desde o verão de 2017, reclamamos que sejam devolvidas todas as poupanças conseguidas depois de uma vida de sacrifícios fora de Portugal”.
Na nota, Carlos Costa dos Santos lembra mais uma vez o discurso do Primeiro-Ministro António Costa em Champigny-sur-Marne, por ocasião do 10 de junho de 2016, quando afirmou que “os emigrantes foram enganados pelo BES”. Lembra também as promessas do Presidente do Partido Socialista, Carlos César, em março de 2015, e explica que “a 31 de maio de 2019, a Comissão Liquidatária do Banco Espírito Santo não reconheceu os emigrantes lesados como credores do BES, enquanto reconheceu, segundo a imprensa, Ricardo Salgado (ex-dirigente do BES) como credor comum. Uma situação incrível!”
“O nosso objetivo é também denunciar a corrupção atual em Portugal e os casos onde grandes devedores de estabelecimentos de crédito foram perdoados enquanto os emigrantes lesados – a quem foram comercializados produtos de alto risco sem o devido dever de informação – não foram ressarcidos” refere.
A luta destes emigrantes que perderam fortunas iniciou há mais de 6 anos, “mas a nossa determinação é intacta e íntegra. Nunca desistiremos da nossa luta, mais que justa”, vinca.