A Federação dos Estudantes de Língua Portuguesa no Exterior pediu o apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para criar condições mais favoráveis à existência de um estudo com mais qualidade «nos seus países de origem», principalmente no ensino básico.
Nancy Cardoso, jovem guineense e membro da Federação, lançou o apelo, à margem de um seminário realizado na sede da CPLP, em Lisboa, no âmbito do ano da Juventude da organização. Nancy realçou a importância de um ensino básico de qualidade naqueles países, acrescentando que muitos estudantes originários de alguns Estados da CPLP, com possibilidade de prosseguirem estudos nas universidades de alguns Estados-membros, possuem «grandes dificuldades de aprendizagem e de adaptação, por falta de bases», explicou.
A jovem da Guiné-Bissau também propôs que a CPLP apoiasse as várias associações de estudantes a criar uma base de dados eficaz, com o objetivo de «acompanhar os jovens em todo o seu percurso», visto que só assim será possível «distribuir as melhores oportunidades laborais», permitindo responder melhor «à grande procura de empresas por jovens com qualidades específicas». Simultaneamente, Nancy referiu que seria importante existir uma «maior promoção de intercâmbio na CPLP», algo que poderia ser feito através do apoio a estudantes com menos capacidades financeiras que lhes permitam estudar fora.
A questão da maior flexibilidade relativamente a trabalhos remunerados também foi um tema referido por Nancy Cardoso, afirmando que muitos dos estudantes «têm de trabalhar para suportar os seus custos» em Portugal e acusou o SEF (Serviços de Estrangeiros e Fronteiras) de criar uma burocracia excessiva que torna difícil a obtenção de autorizações de trabalho.
Francisco Ribeiro Telles, secretário-executivo da CPLP, afirmou, em declarações à agência Lusa, concordar com as propostas feitas por Nancy Cardoso.
