A exposição “Este Mar ao Fundo”, patente no Museu de Portimão até dia 21 de novembro, evoca a a figura do Rei D. Carlos e a sua forte relação com o mar, dando especial destaque à obra fotográfica, realizada durante as viagens pela costa algarvia, a bordo do iate “D. Amélia”, nos finais do séc. XIX e início do séc. XX.
Carlos I, apelidado “o Diplomata”, foi Rei de Portugal e Algarves de 1889 a 1908. Era o filho mais velho do rei Luís I de Portugal, e de sua esposa, a princesa Maria Pia de Saboia. Nascido em Lisboa, foi também cognominado de “O Oceanógrafo”, pela sua paixão pela oceanografia, partilhada com o pai e com o príncipe do Mónaco.
Dessa paixão oceanográfica, e para além das imagens captadas no Algarve, é possível observar-se, entre outras peças, uma das suas máquinas fotográficas e respetivo tripé, uma cadeira de bordo e a designada “Botica”, uma farmácia portátil utilizada nas suas viagens marítimas, bem como uma das bóias pertencentes à embarcação régia.
Esta é uma pequena amostra do espólio que o rei D. Carlos foi colecionando nas 12 campanhas de Oceanografia que fez (algumas peças, distribuiu-as por vários particulares e museus nacionais e internacionais) e que pode ser agora vista no Museu de Portimão.
D. Carlos cresceu junto de pescadores e, com 15 anos, conheceu aquele que viria a ser a sua inspiração para estudar os oceanos: o príncipe Alberto do Mónaco (tetravô do atual Alberto do Mónaco).
Esta mostra constitui uma iniciativa pioneira do Museu de Portimão, em estreita colaboração com a Fundação da Casa de Bragança, o Museu de Marinha e o Museu da Farmácia, que revela imagens de um outro tempo, das gentes e paisagens da costa e do mar algarvio.