De 1 de janeiro a 30 de abril registaram-se mais 1.051 constituições em Portugal do que em igual período do ano passado, no entanto, apesar do crescimento no total dos 4 meses, metade dos setores apresenta um recuo face ao período homólogo, de acordo com o Barómetro Informa D&B.
Para além disso, os dados mostram que o valor atingido em abril representa uma queda de 14% face ao mês de abril de 2022, quebrando a sequência contínua de aumento da criação de novas empresas que se registava há quase um ano.
Entre os setores que registaram um aumento das constituições, destacam-se os Transportes, que cresceu 107%, com mais 1.205 constituições, em especial a atividade do “transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros”. Neste setor já foram criadas 1 936 novas empresas, mais 1.189 que no período homólogo, o que corresponde a mais de 10% de todas as empresas que foram constituídas este ano.
Outros setores em destaque foram os do Alojamento e Restauração (+171 constituições; +10%), Serviços Gerais (+140 constituições; +6%) e Construção (+105 constituições; +5%).
Entre os setores que registam quedas na criação de empresas, destacam-se as Atividades imobiliárias (-272 constituições; -14%), Indústrias (-107 constituições; -13%), Agricultura e outros recursos naturais (-104 constituições; -16%) e Tecnologias da Informação e Comunicação (-58 constituições; -5%).
Entretanto aumentou o número de empresas a pedir falência aumenta (17%) entre janeiro e abril
De acordo com os dados mais recentes da Iberinform, filial da seguradora Crédito y Caución, relativos a abril de 2023, as declarações de falência apresentadas pelas próprias empresas subiram 15% nos primeiros quatro meses do ano face a igual período do ano passado. Já os pedidos de insolvência requeridos por terceiros aumentaram 17%.
Ainda assim, os números mostram que as insolvências em Portugal até abril diminuíram 5,6% face ao período homólogo de 2022, com 1.376 insolvências. No mês passado, a quebra foi de 9,2%, com 265 falências.
“Contudo, as declarações de insolvência requeridas por terceiros tiveram subida de mais de 17% face ao mesmo período do ano passado (mais 41 declarações para um total de 276), enquanto as declarações apresentadas pelas próprias empresas subiram mais de 15% (mais 38 pedidos para um total de 294)”, refere a Iberinform em comunicado.
Nos primeiros quatro meses de 2023 foram assim registados 11 encerramentos com plano de insolvência (mais 57% que em 2022). No acumulado, atingiu-se o total de 1.376 insolvências, menos 81 que no período homólogo de 2022 (decréscimo de 5,6%) o que se explica pela diminuição no número de processos encerrados: 959 em abril de 2022 versus 795 em abril deste ano (menos 17%).
De todo o país, Lisboa e Porto são os distritos com mais insolvências: 317 e 295, respetivamente. Face a 2022, há diminuição tanto em Lisboa (-14%) como no Porto (-22%).
Outros distritos com decréscimos são: Ponta Delgada (-55%); Castelo Branco (-50%); Guarda (-38%); Santarém (-36%); Horta (-33%); Viseu (-13%) e Beja (-13%).
Nos primeiros quatro meses de 2023, as insolvências aumentaram em Angra do Heroísmo (+167%); Bragança (+80%); Madeira (+62%); Portalegre (+60%); Leiria (+33%); Vila Real (+21%); Viana do Castelo (+26%); Braga (+22%); Faro (+15%); Évora (+14%); Aveiro (+10%); Coimbra (+4,4%) e Setúbal (+1%).
Em termos setoriais, registaram-se aumentos nas insolvências nos Transportes (+16%); Outros Serviços (+3,3%) e Construção e Obras Públicas (+2,2%).
Com decréscimos destacam-se os setores da Eletricidade, Gás, Água (-78%), a Indústria Transformadora (-18%), o Comércio por Grosso (-14%), o Comércio de Veículos (-14%) e o Comércio a Retalho (-1,9%), bem como o setor da Hotelaria e Restauração (-0,8%).