O chefe de Estado francês deslocou-se no dia 5 à região da Normandia, no noroeste de França para dar início a uma semana repleta de eventos políticos, ambientais e simbólicos.
O Presidente da República, acompanhado pela esposa Brigitte Macron, foi recebido no Monte Saint-Michel, no âmbito das festividades do milénio da abadia do Monte Saint-Michel, acompanhado também por Christophe Béchu, ministro da Transição Ecológica e Rima Abdul Malak, ministra da Cultura.
Durante a visita, o Presidente da República visitou a exposição “La demeure de l’archange” (A residência do Arcanjo), que reconstitui a história do Monte Saint-Michel através de trinta objetos. Emmanuel Macron proferiu “um discurso sobre a permanência e a resiliência da França no domínio dos elementos, no embelezamento da natureza e na transmissão da história francesa”, segundo o Palácio do Eliseu.
Esta visita à região também coincidiu com o 79º aniversário do desembarque na Normandia na Segunda Guerra Mundial. O líder francês deslocou-se também a Colleville-Montgomery e Arromanches (Calvados), no noroeste francês, para as comemorações do “Dia D”.
Segundo a tradição, durante o reinado do rei Quildeberto, provavelmente Quildeberto III (695-711), o Arcanjo Miguel apareceu em sonho a Aubert, bispo de Avranches na região da Normandia, para ordenar-lhe que construísse uma igreja em sua homenagem.
Se a construção da abadia foi iniciada em 1023, a história do Monte Saint-Michel como o conhecemos hoje começa em 966. Nesse ano, Ricardo I substituiu os monges canónicos que ocupavam as instalações por beneditinos, para fazer da rocha um importante local de peregrinação. Os duques da Normandia pretendiam construir ali uma abadia.
Ao longo dos séculos seguintes, a Abadia conheceu muitas transformações. Durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453) a abadia foi transformada em fortaleza devido à necessidade de se proteger o Monte por um conjunto de construções militares, que lhe permitiram resistir a um cerco de quase 30 anos.
Após a Revolução Francesa, os monges tiveram que abandonar a abadia, que se tornou numa prisão. Em 1863, atendendo a pedidos de escritores e artistas, a prisão foi fechada. No ano seguinte, o Serviço de Monumentos Históricos restaurou o edifício e abriu-o ao público.
Ocupado sucessivas vezes durante a segunda guerra mundial pelas tropas alemãs, o local foi poupado da destruição. Em 1966 assinalava-se o milénio da fundação da abadia e o retorno de uma comunidade religiosa.
Elevado a Património Mundial da UNESCO em 1979, esta abadia representa para muitos a essência do espírito francês de resistência e resiliência. Desde 2001, os irmãos e irmãs das Fraternidades Monásticas de Jerusalém garantem uma presença espiritual permanente e acolhem peregrinos e visitantes de todo o mundo.
Mil anos após o lançamento da primeira pedra, o Monte Saint-Michel, é o primeiro destino turístico da França fora de Paris, e continua a fascinar milhões de pessoas. No ano passado, o local atraiu cerca de três milhões de turistas.