A França vai testar um passaporte sanitário digital em voos da Air France, anunciou esta quinta-feira, em conferência de imprensa, o ministro dos Transportes francês, Jean-Baptiste Djebbari e vai ser experimentado em alguns voos selecionados.
O objetivo é que este passaporte funcione como um certificado que demonstra que o viajante não é portador da doença, seja através de teste negativo, como acontece atualmente para quase todas as viagens aéreas ou de comprovativo de que já foi vacinado.
Durante um mês, este certificado digital, que funcionará através de uma aplicação vai ser testado nos voos da companhia Air France de Paris para Martinica e Guadalupe.
Autoridade europeia ainda não recomenda certificados de vacinação como autorização para viajar. Os resultados dos testes negativos à covid-19, necessários para viajar, serão autenticados através de uma parceria com um laboratório e registados em segurança numa aplicação, refere a AFP.
Esse sistema “facilita o transporte de documentos, a sua digitalização e autenticação”, segundo o ministro, evitando “fraudes e aliviando as filas de espera” nos embarques e chegadas.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que agrupa a maior parte da indústria mundial de transporte aéreo, tem vindo a trabalhar há vários meses num passaporte digital que permite aos passageiros provar o seu estado de saúde antes do embarque.
A questão da criação de um passaporte de vacinação ainda está a ser discutida entre os países da União Europeia, devendo ser decidida ainda este mês. Mas parecem ser cada vez mais os países a aderirem à ideia.
Autoridade europeia ainda não recomenda certificados de vacinação como autorização para viajar
Na apresentação deste teste de passaporte sanitário digital, Jean-Baptiste Djebbari antecipou essa possibilidade, sem, no entanto, confirmar se o passaporte vai abranger o certificado de vacinação. “Haverá certamente protocolos de saúde que exigirão ou um teste ou um certificado de vacinação” para poder apanhar um avião, afirmou, justificando a utilidade destas aplicações “em conjunto com laboratórios, que simplificam as viagens”.
No entanto, sobre a obrigação de estar vacinado para poder fazê-lo o ministro francês não se quis comprometer, ressalvando que “essa discussão ainda não teve lugar a nível político”.
Alguns países defendem que o certificado de vacinação seja condição para um regresso à normalidade dentro dos próprios territórios. Mas Jean-Baptiste Djebbari, fez questão de distinguir as duas situações, referindo que um livre-trânsito para viajar de avião “é muito diferente dos assuntos da vida quotidiana em França, de saber se será necessária uma vacina ou um teste PCR ou outros documentos para poder aceder ao restaurante ou ao teatro”.