O governo português esclareceu, esta segunda-feira, que não será reposto o controlo de fronteiras entre Portugal e Espanha, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza em Lisboa de 1 a 6 de agosto. No entanto, haverá controlos aleatórios não sistemáticos entre os dois países.
“Sempre que há esses grandes fluxos, neste caso na fronteira terrestre, a nossa Guarda Nacional Republicana (GNR) coopera com a Guardia Civil espanhola e fazem os chamados controlos de fronteira aleatórios não sistemáticos para efeitos de regulação de fluxos e para efeitos de controlos de fronteira, o que é diferente de reposição de fronteiras”, afirmou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
No âmbito da preparação da JMJ, que deverá fazer deslocar a Portugal cerca de 1.5 milhões de pessoas, os governos português e espanhol avaliaram as medidas a adotar em matéria de controlos nas fronteiras aéreas, marítimas e terrestres.
A 12 de maio, depois de uma reunião entre os representantes dos executivos ibérios, o Ministério da Administração Interna de Portugal adiantou que essas medidas seriam aprovadas “com base nas propostas técnicas a emitir pelo Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna” e “em estreita cooperação e colaboração com as autoridades espanholas”.
Esta segunda-feira, José Luís Carneiro explicou que o que está previsto é “aquilo que foi feito em 2017”, aquando da visita do Papa Francisco, e que se fez agora também em Fátima, que recebeu 300 mil peregrinos. Ou seja, “repor controlos aleatórios não sistemáticos porque há fluxos que vêm de toda a Europa” e é “necessário que eles se façam garantindo a segurança”, afirmou o ministro.
Dos aeroportos espanhóis para ver o Papa
Portugal espera receber milhares de pessoas oriundas de fora da União Europeia, que entrarão no país através de Espanha. “Muitas virão do Leste da Europa, outras virão pelo mediterrâneo e entrarão por países da Europa e virão por via terrestre e há mesmo aqueles que virão da América Latina de avião e que irão sair nos aeroportos espanhóis”. Por isso, defendeu, “é necessário cooperar com os espanhóis na regulação dos fluxos nas fronteiras em Espanha e depois no percurso terrestre que se faz até chegar a Portugal”.
A JMJ é considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, e este ano tem lugar em Lisboa, na primeira semana de agosto. Aos cerca de 1,5 milhões de fiéis esperados juntam-se os milhares de portugueses emigrados, que todos os anos, por essa altura, cruzam a fronteira de Espanha com Portugal para passarem férias na sua terra.
