A Global Media comunicou aos trabalhadores que pediu para aceder ao regime de apoio à retoma progressiva até setembro, estando prevista a redução do horário de trabalho e cortes salariais.
A Global Media, grupo de comunicação social que publica títulos como Jornal de Notícias, Diário de Notícias TSF e O Jogo, convocou uma reunião virtual com os trabalhadores para esta quarta-feira, na qual anunciou que pediu a adesão ao regime de apoio à retoma progressiva até setembro.
O apoio à retoma progressiva é uma medida extraordinária criada pelo Governo em resposta à pandemia, que permite aos empregadores em crise reduzirem os horários de trabalho (até 100%) em função das quebras de faturação.
Ao abrigo deste regime, as empresas recebem da Segurança Social um apoio para o pagamento dos salários, enquanto os trabalhadores têm direito a 100% das suas remunerações. No entanto, o apoio só vai até ao triplo do salário mínimo nacional, isto é, 1.995 euros, montante a partir do qual são aplicados cortes, que estão previstos no caso da Global Media, apurou também o ECO.
Esta medida avança poucos meses depois de, a 30 de outubro, a empresa ter realizado um despedimento coletivo de 81 trabalhadores, entre os quais 17 jornalistas.
A Global Media pretende cortar os custos operacionais em cerca de 15 milhões de euros este ano, dos quais 7,8 milhões de euros em redução de custos salariais com a saída desses trabalhadores. O mesmo documento prevê que a Global Media alcance um resultado operacional positivo em 2021 e lucros em 2022, depois de estimar “uma forte quebra do volume de negócios em 2020, em resultado do impacto da Covid-19”.
A 9 de novembro, a empresa anunciou novas direções para os seus principais meios. Domingos de Andrade passou a ser diretor-geral editorial do grupo e a comandar a TSF; Inês Cardoso assumiu a direção do Jornal de Notícias e Rosália Amorim passou a diretora do Diário de Notícias. A empresa justificou as alterações com a necessidade de “criar uma estrutura mais ágil e mais forte”.
As dificuldades da Global Media já existiam antes da pandemia e a empresa tem estado a ser alvo de um plano de reestruturação. No ano passado, o empresário Marco Galinha, dono do grupo Bel, entrou no capital da empresa e assumiu o cargo de chairman da empresa, com um mandato até 2024.