António Costa diz que Portugal não pode ficar sem segurança interna nesta altura de pandemia. Eduardo Cabrita caracterizou a greve como “inaceitável e irresponsável”.
O Conselho de Ministros aprovou, esta quinta-feira, a requisição civil do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) nos aeroportos, assegurou o primeiro-ministro, António Costa. A mesma informação tinha sido revelada antes, no Parlamento, pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. O Governo impede, assim, a greve de duas semanas que iria ocorrer.
A greve do SEF foi convocada de 1 a 15 de junho contra a intenção do Governo “de extinguir o SEF”. Com a greve marcada, a requisição civil foi pedida pelo Governo Regional da Madeira e por vários autarcas de áreas turísticas “como preocupação de segurança nacional”, segundo esclareceu Eduardo Cabrita na Assembleia da República.
António Costa mostrou-se contra a greve, esta quinta-feira, na sede do PS em resposta aos jornalistas, afirmando que “o país não pode ter em causa a sua segurança interna ameaçada por não haver controlo nas fronteiras, sobretudo neste momento” de pandemia, quando é necessário “controlo acrescido à verificação da testagem, da origem, da necessidade de cumprimento das quarentenas”.
“O SEF tem de estar 24 horas por dia e 365 dias por ano em estado de prontidão para cumprir a sua missão, como está qualquer força ou serviço de segurança. Portanto, por essas razões, a requisição foi determinada”, acrescentou o líder do Governo.
Também Eduardo Cabrita se mostrou contra a greve ao dizer no Parlamento que era “inaceitável e irresponsável”. Tal como o primeiro-ministro, o ministro da Administração Interna diz que é “inadmissível num quadro de uma situação de calamidade em que cabe também ao SEF verificar as condições de segurança sanitária, designadamente se os cidadãos que chegam a Portugal têm ou não os testes de diagnósticos de Covid-19”.