O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital afirmou que a meta de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal em investigação e desenvolvimento é para ser repartida por 1/3 pelo Estado e 2/3 pelas empresas.
Em declarações aos jornalistas após o encontro ‘Ciência e Inovação – Construir o Futuro de Portugal’, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e juntou dezenas de cientistas e empresários, no Antigo Picadeiro Real, em Lisboa, Siza Vieira realçou a importância de uma “recíproca colaboração” entre o mundo científico e a economia.
“O objetivo que todos temos de dedicar 3% do PIB a investigação e desenvolvimento consegue-se com uma repartição do esforço entre 1/3 pelo Estado e 2/3 pelas empresas. O maior esforço tem de ser feito pelas empresas e precisamos de criar condições para que percebam o valor do investimento em ciência, mas também para o sistema científico e tecnológico ser capaz de identificar as oportunidades e criar valor para a economia”, referiu.
Já o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, vincou o crescimento de “pelo menos a 10% ao ano no investimento em ciência no setor público e no setor privado” desde 2016, sem deixar de reconhecer que é preciso “fazer mais”. Nesse sentido, traçou para a próxima década uma aposta no aumento da frequência de jovens no ensino superior.
“Temos de chegar a 2030 com pelo menos seis em cada 10 jovens de 20 anos a participarem no ensino superior e com 50% da população entre 30 e 34 anos com formação no ensino superior”, sublinhou o governante, acrescentando: “Para ter mais ciência é preciso ter uma maior contribuição da economia”.
Em representação do movimento de cientistas e empresários, a diretora do Instituto Gulbenkian de Ciência, Mónica Bettencourt-Dias, manifestou a expectativa de que “a curto prazo” possa existir “um pacto que dê a estabilidade que a ciência e a inovação precisam” e que permita ir além da realidade atual no setor.
“Há ainda um passo muito grande para dar e chegar à sociedade do conhecimento. E esse passo deve ser dado com base num pacto de regime, baseado na regularidade — que é coisa que não temos neste momento –, na simplificação dos procedimentos, num financiamento mais constante – como tem sido anunciado por diferentes governos – de 3% do PIB, e também com mais autonomia para as nossas instituições”, explicou.