Graça Freitas, cujo nome tornou-se conhecido pelos portugueses durante a resposta à pandemia de Covid-19, vai abandonar a liderança da Direção-Geral da Saúde. O mandato termina no final deste ano, a 31 de dezembro, e a ainda diretora-geral da Saúde optou por não renovar por mais cinco anos. A diretora chegou a acordo com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e ficará na organização até ser substituída.
Na resposta escrita enviada, o ministério liderado por Manuel Pizarro agradeceu “a disponibilidade demonstrada pela diretora-geral da Saúde no término do seu mandato e todo o empenho e dedicação na liderança da Direção-Geral da Saúde ao longo dos últimos anos, de um modo especial na resposta à pandemia, a maior crise global de saúde pública do último século”.
A designação do futuro titular do cargo de Diretor-Geral da Saúde seguirá a tramitação legal, em obediência às regras de recrutamento, seleção e provimento dos cargos de direção superior da Administração Pública, adianta o ministério. “A escolha será naturalmente efetuada dentro de um perfil que se enquadre no quadro das competências da DGS, onde sempre estiveram presentes as responsabilidades da Autoridade de Saúde Nacional na resposta a emergências sanitárias e de saúde pública”, lê-se na resposta.
Desde 2018 na liderança da DGS, sucedendo a Francisco George, Graça Freitas saltou para a ribalta antes da pandemia chegar a Portugal, quando o ainda novo coronavírus era uma realidade longe da sociedade portuguesa (a diretora chegou mesmo a sugerir que o vírus não chegaria com grande impacto a Portugal).
Quando a Covid-19 chegou efetivamente ao país, a 2 de março de 2020, foi Graça Freitas, juntamente com a então ministra da Saúde, Marta Temido, que surgiu nas televisões todos os dias, atualizando os portugueses sobre os mais recentes números da pandemia. A sua gestão da DGS foi inicialmente criticada pela forma como a instituição comunicou, com algumas inconsistências, as medidas restritivas e os cuidados a ter com o vírus, e também como a crise foi gerida pelas instituições de saúde pública.
Apesar das várias remodelações governamentais que desde então se sucederam, especialmente no Ministério da Saúde, a diretora-geral da Saúde manteve-se no cargo, cumprindo assim os cinco anos de mandato.