Um português ficou ferido numa operação de resgate de Palma, confirmaram as autoridades portuguesas.
Na quinta-feira, começaram operações de resgate do hotel para dentro do recinto protegido da petrolífera Total, a seis quilómetros, ações que continuaram na sexta-feira, altura em que uma das caravanas foi atacada.
Pelo menos um empreiteiro sul-africano foi morto e vários outros encontram-se desaparecidos, noticiou a imprensa sul-africana.
Um português ficou ferido numa operação de resgate de Palma, confirmaram também as autoridades portuguesas.
Entretanto, o Presidente da República continua a acompanhar com preocupação a situação no norte de Moçambique, em particular na sequência do ataque terrorista à cidade de Palma, perto de Pemba.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa já falou com a esposa do nosso compatriota ferido naquele ataque, e que está a ser evacuado para Joanesburgo para tratamento médico, sendo, felizmente, os ferimentos que sofreu menos graves do que o que se temia inicialmente.
A violência que grassa desde outubro de 2017 está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
Algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) entre junho de 2019 e novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua sob debate.
Moçambique: Estado Islâmico diz ter assumido controlo da vila de Palma
O Daesh reivindicou esta segunda-feira o controlo sobre Palma, no norte de Moçambique, depois de um ataque à sede de distrito desencadeado na
quarta-feira, dia 24 de março, junto aos projetos de gás que estão em desenvolvimento na região.
O Ministério da Defesa moçambicano indicou no domingo que dezenas de civis, incluindo sete pessoas que tentavam fugir do principal hotel de Palma, foram mortos pelo grupo terrorista.
A agência oficial do movimento, a Amaq, divulgou imagens da vila e reivindicou a ocupação do capital do distrito, junto à fronteira com a Tanzânia.
Não existem relatos sobre a situação na vila há vários dias e a capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, tem sido destino de muitos deslocados.
A vila sede de distrito com 42 mil habitantes, que acolhe os grandes projetos de gás do norte de Moçambique foi atacada na quarta-feira por grupos insurgentes ‘jihadistas’ que há três anos e meio aterrorizam a região.
Dezenas de civis, incluindo sete pessoas que tentavam fugir do principal hotel de Palma, no norte de Moçambique, foram mortos pelo grupo armado que atacou a vila na quarta-feira.
A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora existam relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.
Petrolífera Total suspende operações
A petrolífera francesa Total, que manifestou na quarta-feira a intenção de retomar os trabalhos para exploração de gás no norte de Moçambique, anunciou hoje a suspensão das suas operações após um ataque ‘jihadista’ em Palma.
A Total “não tem vítimas a lamentar no pessoal que trabalha no local do projeto” em Afungi, a 10 quilómetros da localidade de Palma, mas vai “reduzir os trabalhadores ao mínimo” e a “reativação do projeto ponderada esta semana fica suspensa”, de acordo com um comunicado citado pela AFP.
O ataque desencadeado na quarta-feira na vila de Palma e que hoje entrou no quarto dia é o mais grave junto aos projetos de gás após três anos e meio de insurgência armada à qual a sede de distrito tinha até agora sido poupada.
Fontes contactadas disseram que Palma continuou hoje ocupada por rebeldes armados, enquanto prosseguiam operações para evacuar a vila e também a zona dos projetos na península de Afungi.
Cerca de 200 expatriados refugiaram-se no hotel Amarula, em Palma, desde quarta-feira à tarde, quando o ataque armado à vila começou. Entre elas há trabalhadores de várias nacionalidades ligados às empresas que trabalham no projeto de gás natural liderado pela petrolífera francesa Total.