Um estudo do Gabinete de Estudos Económicos do Ministério da Economia revelou que a Web Summit teve uma quebra de rendimentos superior a 40% em relação ao esperado em anos anteriores.
O estudo do Gabinete de Estudos Económicos do Ministério da Economia concluiu que a feira de tecnologia rendeu menos a Portugal do que o previsto, entre os anos de 2016 e 2019, a última edição para a qual existem dados.
O Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, ressalvou, no entanto, o impacto positivo da Web Summit, afirmando que as vantagens económicas, “podem mesmo vir a ser maximizadas com uma descentralização da cimeira tecnológica em pequenos eventos por todo o país”.
Pedro Siza Vieira, disse que se “justifica plenamente o esforço nacional, mas esse valor é menor do que o antecipado”. Uma das explicações para tal descida é um corte na projeção de participantes, feita há três anos.
Estava previsto que a taxa de crescimento de visitantes fosse aumentando de ano para ano, apontando-se para uma afluência média na ordem das 80 mil pessoas, o que nunca aconteceu. Em 2019, a afluência ficou dez mil pessoas abaixo da projeção. Também a afluência estimada para 2018 e o número real apresentou uma diferença na ordem dos 11 mil visitantes.
Com menos visitantes o retorno financeiro imediato também é menor do que o inicialmente previsto. Com a agravante de uma revisão em baixa no gasto médio estimado. O valor calculado agora é 1,98 euros por dia mais baixo do que o valor apontado inicialmente.
Os resultados deste mais recente estudo revelam também uma correção em baixa no emprego e nas receitas fiscais arrecadadas pelo Estado. Em 2019, o emprego equivalente anual foi de 1692 postos de trabalho e não de 2911, como calculado no primeiro estudo. E a receita de impostos sobre rendimento foi de 14,7 milhões e não de 35,8 milhões.
Entre o acréscimo de riqueza produzida estimada de 141,5 milhões de euros para 2019 e os 69,8 milhões agora calculados para esse ano com base nos dados revistos vai uma diferença de 71,7 milhões de euros, o que equivale a um corte de cerca de 50%.
Apesar da revisão em baixa, o retorno imediato para a economia portuguesa continua significativamente acima dos custos, os tais onze milhões de euros.
Um relatório da SIBS revelou que, no dia anterior ao encerramento da feira tecnológica (4 de novembro), quase 22 mil compras tinham sido efetuadas no recinto. A gestora do multibanco registou um consumo médio de 10,6 euros em pagamentos realizados com cartões de 95 nacionalidades, 76% dos consumos foram feitos por estrangeiros.
No que se refere a compras e levantamentos no distrito de Lisboa, registou-se um aumento de 4,2% em número de operações face à edição de 2019. Relativamente a operações exclusivamente de estrangeiros, verificou-se igualmente um acréscimo de 18,6%. Pelas 13h51 (hora de Lisboa) de dia 2 de novembro, no segundo dia da cimeira, foi atingido o pico de transações.
Por setor de atividade, no topo da lista, com maior número de compras verificadas, estão os supermercados (31,3%), seguindo-se o setor da restauração e similares (23,3%), gasolineiras (5%), e moda e acessórios (4,1%).
Em termos de tempo de permanência em Lisboa dos estrangeiros que visitaram a Web Summit deste ano, a maioria escolheu ficar apenas durante os dias do evento (65,8%), enquanto que 34,2% esteve em Lisboa desde o fim de semana anterior.
Esta edição, com o regresso ao formato presencial, contou com 42.751 visitantes, de 128 países. O número total foi, ainda assim, inferior ao registado na última edição presencial, em 2019, quando participaram 70.469 pessoas.