“Ir a salto” é uma peça de teatro que relata histórias da emigração clandestina portuguesa no século XX, e estreou em Vila Real para assinala os 50 anos do 25 de Abril.
Partindo da emigração clandestina nos anos 60, do século XX, o projeto reconhece aquele que foi, segundo o diretor artístico da Urze Teatro, Fábio Timor, um ato de desobediência cívica durante a ditadura salazarista.
A peça faz uma viagem ao passado, a um período em que ‘a salto’ muitos emigrantes conseguiram transpor clandestinamente as fronteiras portuguesas, mas em que também muitos foram enganados e deixados à sorte por agiotas na aldeia de França, no concelho de Bragança.
O espetáculo conta a história de um jovem casal, o Francisco e a Aurora, que, nos anos 60 do século passado, procura uma vida melhor e arrisca a emigração com a ajuda de passadores, mas que acaba a viagem em França, mas não a França de Paris e da torre Eiffel, mas sim a França transmontana.
A Urze Teatro disse, em comunicado, que foram recolhidos testemunhos junto de protagonistas e descendentes do acontecimento da emigração ‘a salto’, permitindo “asseverar a qualidade do compêndio fílmico do documento cinematográfico a realizar pelo videasta José Miguel Pires”.
A peça conta no elenco com os atores Pedro Giestas, Bernardo Gavina, Glória de Sousa, Fábio Timor, Joana Ferrajão e Rita Queirós, numa encenação de José Carretas, que assina também o texto original.