Nasceu no Brasil, mas é apaixonado por Portugal e pelo seu potencial económico. A Revista PORT.COM esteve à conversa com o consultor internacional Jack Soifer.
Jack Soifer cresceu num bairro pobre do Rio de Janeiro, mas recebeu uma educação europeia, apoiada nos mesmos valores do norte da Europa. Formou-se em engenharia e, como o seu sonho era trabalhar na Europa, esteve a trabalhar numa empresa internacional na Suécia durante muitos anos e foi lá que teve o primeiro contacto com Portugal.
«Na região onde vivia, na Suécia, existiam muitas empresas que importavam componentes de vários países, da Grécia, da Itália, etc. Um dia, ao ler informação sobre o vosso país, perguntei porque é que não compravam em Portugal que era mais barato e com qualidade. E foi então que me pediram para visitar as indústrias de Portugal e tentar identificar fornecedores para as indústrias da Suécia, em vários setores», destacou, realçando que visitou «várias empresas durante vários anos, especialmente no centro e no norte do país. Fiquei encantado com o povo português e decidi que era cá que me queria reformar».
O consultor, que diz ver sempre oportunidades pelos países por onde passou, já fez consultadoria para 298 empresas em todo o mundo e considera-se um embaixador da indústria portuguesa pelo mundo.
“Embaixador da indústria e do turismo, porque durante muitos anos trabalhei com o turismo e com estes sectores.
Quando cheguei a Portugal comecei logo a ver os nichos de mercado, as rotas. Por exemplo, escrevi sobre a rota dos mariscos em novembro de 2004, porque sabia que era uma rota fantástica para o sul de Portugal, mas ninguém tinha pensado nisso. Hoje, Desidério Silva, da Região de Turismo do Algarve e o próprio Pedro Machado, do Turismo Centro de Portugal, sabem que eu tenho sugestões muito especificas e detalhadas», explica Soifer.
Comunidades portuguesas promovem Portugal
Jack Soifer diz estar cada vez mais convicto de que as comunidades portuguesas são «incrivelmente positivas» na divulgação dos produtos portugueses para serem exportados para os seus países de acolhimento.
Para o consultor, as comunidades portuguesas servem, sobretudo, para abrir esses mercados estrangeiros.
«Eles não impõem coisas, eles divulgam. Já disse à AICEP que poderiam delegar esta função às comunidades portuguesas. Em vez das empresas enviarem alguém do staff, que ganha balúrdios, para uma cidade de qualquer país, é melhor falarem com os portugueses que estão lá, que vivem lá e conhecem os consumidores. E dar-lhes a oportunidade de fazerem eles o marketing do produto, porque estas pessoas são honestas e conhecem o mercado, além de também gostarem de promover o país. O que eu faço é isso, faço a ponte entre os empresários suecos e os empresários portugueses e acho que eles lá vão fazer a mesma coisa», garante Soifer.
Foto em destaque ©Vítor Oliveira