Nascida na ilha Terceira, nos Açores, em 1899, aos 17 anos, Laurinda C. Andrade viajou sozinha para os Estados Unidos, instalando-se em Massachusetts.
À sua chegada, trabalhou em várias fábricas, antes de prosseguir a sua formação, matriculando-se no New Bedford High School aos 24 anos, superando barreiras linguísticas para se destacar nos seus estudos.
Depois de se formar, Laurinda Andrade passou a estudar na Pembroke College. Ao longo da década de 1930, desempenhou uma série de trabalhos, incluindo como editora do Newark, jornal de língua portuguesa A Tribuna e como secretária do embaixador português em Washington, D.C.
No entanto, em 1941, surgiu como uma das mais vocais defensoras da educação em língua portuguesa, fazendo campanha com sucesso para estabelecer aulas de português em escolas públicas. Conseguiu este objetivo e, ao longo da década de 1940, lecionou aulas de língua portuguesa (além das aulas de inglês e francês) na sua escola de New Bedford.
Em 1955, ainda na New Bedford High School, foi diretora do primeiro departamento de língua portuguesa do país numa escola secundária dos Estados Unidos.
Fundou também a Sociedade Portuguesa de Educação de New Bedford, em 1944, para promover o intercâmbio cultural entre os Estados Unidos, Portugal e Brasil.
Durante todo o tempo, Andrade continuou a dedicar-se à expansão dos seus próprios conhecimentos, prosseguindo um mestrado na Universidade de Columbia no final da década de 1940, onde se focou na literatura brasileira.
Depois de se retirar, em 1968 Laurinda C. Andrade publicou a sua autobiografia intitulada The Open Door.
Embora muitas vezes esquecida, a persistente advocacia de Laurinda C. Andrade para a educação em língua portuguesa nos Estados Unidos e para o intercâmbio cultural deixou uma marca indelével na história da experiência luso-americana.