Pelo menos uma dúzia de luso-libaneses que residem no Líbano aproveitou a presença da embaixadora não residente de Portugal em Beirute para regularizar os documentos de identificação, alguns deles caducados há vários anos.
A informação foi avançada por Manuela Bairos, também embaixadora, mas residente, de Portugal em Chipre, que adiantou, desde Beirute, que recebeu praticamente só cidadãos com dupla nacionalidade.
Manuela Bairos está desde domingo na capital libanesa, tendo iniciado os trabalhos apenas na terça-feira, uma vez que esteve confinada no hotel durante 36 horas a aguardar pelos resultados do teste de despistagem à covid-19, feito à chegada a Beirute.
Questionada pela agência Lusa sobre o que os portugueses e os luso-libaneses mais têm solicitado, Manuela Bairos destacou as questões relacionadas com a caducidade dos documentos de identificação — cartões de cidadão e passaportes -, bem como pedidos de visto.
«Face à pandemia de covid-19 [o Líbano contabilizou nas últimas 24 horas mais 309 casos de covid-19, elevando o total de infetados para 7.121, e mais sete mortes, para os 87 óbitos], é impossível os portugueses aqui residentes deslocarem-se a Nicósia e estão a aproveitar a minha estada para regularizar a documentação», afirmou a diplomata.
Manuela Bairos está em Beirute para uma missão de apoio à comunidade portuguesa residente no Líbano, depois das devastadoras e mortíferas explosões de 04 deste mês no porto da capital libanesa, que provocaram pelo menos 171 mortos, 6.000 feridos, 300.000 desalojados e dezenas de desaparecidos, não havendo informações de cidadãos portugueses ou luso-libaneses feridos.
A visita a Beirute visa reforçar o contacto com os portugueses residentes na capital libanesa e atender às suas preocupações e necessidades, proporcionando também assistência consular face a pedidos que se têm registado de cidadãos que, na sequência das explosões, ficaram indocumentados ou pediram a emissão de vistos a familiares.