Cinco meses depois de viverem numa casa sem condições, conseguiram um novo apartamento. A reportagem publicada no jornal Contacto fez com que o burgomestre de Mondercange soubesse da situação. Rapidamente, Jeannot Fürpasse arranjou uma solução para o problema.
O burgomestre de Mondercange, Jeannot Fürpass, prometeu e cumpriu. Há dois dias que a família portuguesa, que vivia numa casa em condições desumanas, está a morar num novo apartamento.
Um T1 acabado de estrear com todas as condições, pelo qual pagam cerca de 380 euros por mês, já com as despesas do aquecimento e água quente incluídas. A antiga habitação, uma garagem transformada num apartamento, foi fechada pela polícia na semana passada. Uma ação desencadeada pelo responsável da comuna depois da reportagem no Contacto que dava conta do caso.
Na quinta-feira passada, cerca das 11h00, uma delegação chefiada pelo burgomestre, com elementos da polícia, proteção civil, assistência social e serviços de habitação foi ver o apartamento sem condições. A família morava no local há cerca de cinco meses sem luz, água e aquecimento. A habitação foi imediatamente encerrada. “Tocaram à campainha do proprietário, mas ele nunca atendeu, à janela apareceu a mulher a dizer que ele não estava”, descreve Paula.
Depois de inspecionar todo o apartamento o burgomestre disse “É desumano! Eu não estava ao corrente desta situação”. José, o outro elemento do casal acrescenta que “o burgomestre foi 100% porque prometeu e cumpriu”. “Este senhor é humano. Ficou muito chocado com a situação da habitação”, afirma Paula.
“Quero este casal o mais rapidamente possível fora daqui”, afirmou o burgomestre, de acordo com a família. Dito e feito. Um dia depois já estavam a dormir num novo apartamento, onde vão poder ficar cinco meses. Para depois, o burgomestre prometeu “encontrar outras soluções”, diz o casal. Com a nova habitação o neto “ficou feliz da vida”.
O caso já está em tribunal com uma queixa apresentada pela família mas até agora nada foi feito. “Espero que o seu advogado conheça bem as leis luxemburguesas para castigar este homem que não tem perdão”, disse o burgomestre a José no final da visita.
A próxima audiência em Tribunal está marcada para 17 de novembro. A família exige como indemnização a devolução das rendas e cerca de 2500 euros mensais pelos danos causados. “Caso a notícia não fosse publicada poderia ter acontecido uma tragédia porque eu não via nenhuma solução para o problema”, confessa Paula.
A denúncia que fizeram há meses às assistentes sociais da comuna não deu em nada. “Porque elas nunca se dignaram a visitar o apartamento”, diz Paula indignada. Foi preciso que a notícia fosse publicada no Contacto para que o burgomestre soubesse do problema e decidisse intervir com urgência.
Em troca do aluguer do apartamento a família terá, agora, que cumprir algumas regras estabelecidas num projeto social personalizado que tiveram que assinar.
Um encontro semanal com a assistente social da comuna de Mondercange, é uma das condições. Comprometem-se ainda a fazer uma procura ativa de emprego para conseguir um contrato por tempo indeterminado. E ainda a fazerem uma procura ativa de uma habitação para alugar.
Outra das condições é “assegurar um acompanhamento médico regular” com o médico de família. Em termos de recursos financeiros, a família compromete-se a fazer uma poupança e a “estabilizar a situação financeira”.