Un Kin Kuan garantiu ao jornal de língua chinesa Ou Mun Iat Pou que irá apresentar a proposta junto da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), uma espécie de senado, sem poderes legislativos, cuja sessão anual começa no sábado.
O também empresário defendeu que empresas dos mercados lusófonos poderiam ter interesse em listar-se numa nova bolsa de valores de Macau.
Un Kin Kuan disse que a criação de uma bolsa de valores no território, denominada na moeda chinesa, poderia promover a internacionalização do renmimbi.
A sessão anual da CCPPC decorre em paralelo com a Assembleia Popular Nacional (APN), a principal legislatura da China, que serve tradicionalmente para apresentar grandes iniciativas.
Em novembro, o parlamento de Macau aprovou uma revisão do sistema financeiro do território para “impulsionar o setor, nomeadamente a emissão de obrigações e títulos”, disse na altura o presidente da Autoridade Monetária de Macau, Benjamin Chan Sau San.
O Governo de Macau tem assumido a vontade de avançar com uma bolsa de valores, em sintonia com o papel que o território tem assumido enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, assim como para a prestação de serviços financeiros entre Pequim e o bloco lusófono.
Em outubro de 2019, o Banco da China em Macau realizou emissões de obrigações ‘verdes’ – para financiar projetos amigos do ambiente – no valor de sete mil milhões de yuan (954 milhões de euros) em três moedas (dólar, euro e renmimbi) “que incluíram clientes lusófonos”.
Em maio de 2019, Portugal tornou-se o primeiro país da zona euro a emitir dívida na moeda chinesa, no valor de dois milhões de yuan (273 milhões de euros).