A Madeira reforçou a informação junto do Governo inglês para demonstrar que a situação da covid-19 na região é diferente da nacional e evitar uma eventual exclusão do corredor de viagens seguro, foi esta segunda-feira anunciado.
“Perante as notícias que têm vindo a público, que a evolução epidemiológica verificada em Portugal continental poderá pôr em risco o entendimento do Governo inglês relativamente a este destino turístico para os cidadãos ingleses, a Madeira diligenciou de imediato um reforço da comunicação” junto de vários intervenientes, declarou o secretário regional do Turismo do arquipélago.
Eduardo Jesus enunciou que o Governo Regional da Madeira enviou esta segunda-feira cartas para os Governos da República e do Reino Unido, e igualmente para o embaixador britânico em Portugal e para o de Portugal em Inglaterra, sobre este assunto.
“É da mais elementar justiça que se faça esta distinção, aliás, recomendada pela Comissão Europeia já no mês de maio, para que os países tenham o cuidado de informar internacionalmente qual a situação que caracteriza cada uma das suas regiões” argumentou.
O responsável do executivo madeirense vincou que a Madeira “tem sido fortemente penalizada pelo facto de o Governo português não ter sido ainda capaz de distinguir a realidade da Madeira face à de Portugal continental”.
“Ficámos reféns da situação nacional durante um largo período de tempo e só vimos os corredores abertos e sem restrições às viagens quando também assim foi entendido para Portugal continental”, destacou.
O secretário regional salientou que a operação entre a Madeira e o Reino Unido acontece com recurso a voos diretos, que ligam os aeroportos do Reino Unido e o internacional a Madeira – Cristiano Ronaldo, sem passagem por outras paragens e sem mudança de aeronaves durante a viagem, o que diminui o “risco de contágio”.
“É uma operação que está bastante bem controlada do ponto de vista da segurança sanitária e do contágio do vírus relativamente às pessoas que viajam”, complementou o governante do arquipélago.
Reforçando que os indicadores que servem para avaliar a situação são “científicos” e utilizados para analisar os outros destinos turísticos, Eduardo Jesus concluiu que “a Madeira não pode é ficar refém de uma evolução que é menos favorável do todo nacional e, novamente, entrar numa fase de grande prejuízo para toda a atividade económica e toda a população da região”.
Mercado inglês cresce 64% na Madeira
Também esta segunda-feira, o secretário do Turismo da Madeira revelou que, uma semana depois de o Reino Unido ter incluído Portugal nos corredores seguros de viagens para os britânicos, as reservas do mercado inglês para a região cresceram 64%.
O governante madeirense salientou que este número foi alcançado “na primeira semana, que é a do impulso, não é a semana das férias programadas”. “Levantaram-se as restrições para a Madeira e há um conjunto de viagens que se concretiza quase que por impulso”, complementou o responsável insular.
Em 20 de agosto, o governo britânico incluiu Portugal na lista dos países com “corredores de viagem” para Inglaterra, cujos passageiros ficam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas imposta devido à pandemia covid-19.
Mas, uma semana mais tarde, em declarações à Lusa, o coordenador do gabinete de crise covid-19 da Ordem dos Médicos (OM), o pneumologista Filipe Froes, alertou para a possibilidade do retrocesso da situação.
O responsável falava da degradação da situação epidemiológica no país, em 28 de agosto, num dia em que Portugal registou mais seis mortes e 401 novos casos confirmados de infeção.
Os últimos dados anunciados pela autoridade regional de saúde informam que a Madeira não registou novos casos de infeção nos últimos dois dias, mantendo o total cumulativo de 158 casos, já com 118 recuperados e 40 ativos.