É o maior aumento em nove anos, com mais contratações na Saúde e escolas. Salário médio subiu 1,7% em 12 meses.
O número de funcionários públicos aumentou 3% no 1º trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2020, o que representa a maior variação homólogo desde dezembro de 2011, ano a que remonta a atual série estatística da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP). São mais 21 345 pessoas do que a 31 de março de 2020, o mês dos primeiros casos de covid-19 em Portugal.
Os dados divulgados ontem, ainda preliminares, apontam para que no final de março, existissem 725 775 trabalhadores no Estado, aproximando-se dos valores do ano em que a troika aterrou no país, tendo sido a redução de funcionários públicos um dos objetivos do programa de ajustamento. Mesmo assim, o número de trabalhadores do Estado está 0,3% abaixo de 31 de dezembro de 2011, correspondendo a menos 2010 pessoas.
“Em termos homólogos, o emprego aumentou 3%, distribuído essencialmente entre a administração central (3,3%, correspondente a mais 17 614 postos de trabalho) e a administração local (2,5%, correspondente a mais 3044 postos de trabalho)”, refere a síntese estatística do emprego.
Para o aumento registado neste período contribuíram sobretudo as contratações no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com mais 7892 trabalhadores, distribuídos pelas carreiras de assistente operacional (2868), enfermeiro (2695), médico (843) e técnico de diagnóstico e terapêutica (676).
A área da educação foi outra das que mais pesaram para o acréscimo de funcionários públicos, com um crescimento de quase seis mil trabalhadores (5917) comparando com o 1.º trimestre do ano passado. Em termos de carreiras, o incremento deveu-se à contratação de educadores de infância e professores do ensino básico e secundário (3473), bem como de assistentes operacionais (1785).
Comparando com o final do ano passado, “o emprego no setor das administrações públicas aumentou 6828 postos de trabalho (1%)”, indica a DGAEP. Mais uma vez, “o maior contributo para foi proveniente das áreas governativas da Educação e da Saúde, bem como do setor empresarial do estado”, refere o relatório.
Aumento
O ganho médio mensal da função pública ficou em 1798,20€, no final de março, mais 1,7% do que há um ano, estima a DGAEP.
Explicação
A subida resultou “sobretudo do aumento da remuneração base média mensal e da diminuição global da importância das restantes componentes do ganho, como prémios e subsídios ou suplementos regulares, e pagamentos por horas suplementares ou extraordinária”, explica a direção-geral na síntese ontem divulgada.