Entre 2010 e fevereiro deste ano, saíram de Portugal 17.267 médicos e enfermeiros, avançou o jornal Correio da Manhã, citando números fornecidos pelas ordens profissionais. Reino Unido e França são os destinos mais procurados por estes emigrantes.
Os médicos e enfermeiros são atraídos por ofertas em países como Inglaterra ou França, que oferecem melhores salariais e de progressão de carreia, bastante superiores às praticadas em Portugal. Ainda de acordo com a notícia publicada pelo jornal, nestes países existe uma boa imagem dos profissionais de saúde portugueses.
«Os enfermeiros emigraram pelas condições de trabalho e de trato. São muito mais bem tratados e respeitados no estrangeiro», explicou ao Correio da Manhã a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, referindo que «o problema não é de formação, mas sim de emprego», e que «cerca de 15 mil [enfermeiros] estão no estrangeiro».
A bastonária destaca a diferença de tratamento entre médicos e enfermeiros, sublinhando que há países em que os enfermeiros têm a formação e a especialização pagas pelo Estado, como acontece em Portugal apenas com os médicos.
Por outro lado, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, referiu que «ao deixar sair do país os seus recursos humanos, talentos que rumam à procura de melhores condições de trabalho no estrangeiro, o Ministério da Saúde está a lesar não só a qualidade dos cuidados de saúde prestados aos cidadãos, mas também a nossa economia».
«Ainda nem chegámos ao final do primeiro semestre de 2018 e parece já existir uma tendência para a emigração aumentar”, lamentou o bastonário nas declarações ao Correio da Manhã.
